tag:blogger.com,1999:blog-11560422.post2811859113947056806..comments2023-10-07T09:45:13.523-03:00Comments on Diários da reflexão entre professores: Entrevista com Alex Primo: nossos alunos tem um perfil diferente de anos atrásUnknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-11560422.post-22503314438957984812009-02-18T06:42:00.000-03:002009-02-18T06:42:00.000-03:00Oi!dás-me autorização para inserir este posto no m...Oi!<BR/>dás-me autorização para inserir este posto no meu blog? Não me esquecerei de fazer o link e referir os direitos de autor.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-11560422.post-9566486635494971382009-02-14T16:15:00.000-03:002009-02-14T16:15:00.000-03:00Oi Adriane,A entrevista do Alex Primo e suas obser...Oi Adriane,<BR/><BR/>A entrevista do Alex Primo e suas observações aqui no blog abrem um espaço interessante para conversas sobre comunicação e e aprendizagem.<BR/>O ponto central de sua análise, a falta de concentração dos alunos em situações em que conteúdos são apresentados em exposições,merece mais considerações.<BR/>O fato, apresentado por Alex e comunicado com certo teor de escândalo pelo ZH, sugere,entre outras,as considerações que seguem:<BR/><BR/>1. O discurso sitematizado,muito valorizado na cultura grega e na educação clássica (tradicional,se quiserem...), criava demandas intelectuais específicas e formas exigentes de pensamento. Certos avanços na cultura e na ciência foram facilitados pelos hábitos intelectuais desenvolvidos em tal ambiente de comunicação.<BR/>2. Escutar,ver,assistir a,e outros comportamentos similares não são necessariamente passivos. Quem escuta não recebe e armazena simplesmente o discurso. Informações recebidas são sempre processadas pelo ouvinte. A leitura do "texto" é sempre uma criação de significados por parte do "leitor".<BR/>3. Mudam formas de comunicação. Não mudam as capacidades de aprender próprias de nossa espécie. Estas últimas ganham certos contornos por causa das primeiras,mas o equipamento cognitivo não sofre por isso mudança significativa.<BR/><BR/>Paro de fazer enunciados com o objetivo de ser breve e fico,por enquanto só no caso do formato expositivo como alternativa de comunicação.Fui aluno de alguns professores que davam ótimas aulas expositivas. Aprendi muito com eles. E escutá-los não era um ato passivo. Pelo contrário. O que expunham fazia pensar, criava desequilíbrios, provocava admiração, despertava interesses, dava sentido ao assunto estudado. Eles,é claro,sabiam fazer exposições que desencadeavam aprendizagens valiosas. Tive também professores que trabalhavam expositivamente e eram um desastre.<BR/>Narro sinteticamente um episódio que vivi.Durante a Constituinte estava num depoimento da comissão de educação.Alguém anunciou que numa sala ao lado o Florestan Fernandes iria falar sobre raízes do racismo no Brasil.Fui escutar o velho. A sala estava abarrotada de gente.Florestan fez uma exposição de mais de duas horas. Silêncio total,respeitoso e atento da platéia. Aprendi muito na ocasião. Escutar Florestan Fernandes não era um ato passivo.<BR/>Há áreas de conhecimento que se estruturam em discursos sistematizados. Filosofia e História,por exemplo. Não há como aprendê-las sem tais discursos (nos formatos oral e escrito). Dispensar discursos sitematizados,no caso,é dispensar as próprias disciplinas. Por importantes que sejam as imagens no exame de evidências em história,a constituição final do saber se dá na forma de discurso. Qualquer estudo de temas filosóficos é discursivo,exige muita concentração. <BR/>No caso de outros saberes, embora não tenha certeza de que a sua constituição seja tão discursiva como no caso da história e da filosofia,acredito que há necessidade de elaboração sistemática e rigorosa de um certo "discurso" que funciona como ferramenta necessária à compreensão. Estou a pensar aqui no caso da física. Parece-me que a comunicação de saberes dessa ciência exige certa discursividade, mesmo que travestida em símbolos matemáticos imcompreensíveis para leigos (exemplos disso são os artigos do meu filho mais novo,físico teórico que estuda certo tipo de eventos no campo da matéria condensada - seja lá o que isto signifique...).<BR/>Não estou aqui a defender ensino tradicional ou aulas expositivas. Quero apenas chamar atenção para certos modos de comunicação que não se casam bem com as novas TIC's. Tal circunstância não os desqualifica como modos humanos de aprender. Tal circunstância não nos autoriza a dispensá-los.<BR/>A tecnologia dá.A tecnologia tira. Novas formas de comunicação querem mais espaço.E para tanto conquistam espaço antes ocupado pelas velhas formas de comunicação.Estas,porém,não são necessariamente velharias que merecem descanso eterno. São invenções humanas importantes para facilitar determinadas dimensões de saber.<BR/>Termino de modo inconcluso,pois acho que é preciso conversar mais sobre o assunto. Seria muito bom, neste sentido, que nossos amigos da blogosfera entrassem na dança e comentassem o assunto.<BR/>Abraço grande, JarbasJarbashttps://www.blogger.com/profile/04350486341247513452noreply@blogger.com