Poxa, faz um ano que estou estudando blogs e ainda não tinha feito uma apresentação no meu blog sobre o projeto!
Bom, na pressa, estou colocando o texto que faz relação do documentário "A era da esperança" com o meu projeto...
Cena do relógio, que inicia o filme:
“O século 19 está terminando. No coração da Europa, antigas dinastias mantêm-se no poder. É um mundo estável, sólido, mas desigual. A maioria do povo ainda aceita que deve labutar e não compartilhar, servir, e não questionar. Tudo isto está para mudar...”
E realmente mudou. O filme retrata um cenário de mudanças que demonstra que “a solidez do mundo está se desfazendo”. A ciência era, ora vista como a que transformaria a vida doméstica e profissional, ora vista como detentora de “soluções” em busca de melhores condições de vista, muitas vezes usada como dispositivo de poder e para aumentar o prestígio nacional e a supremacia econômica. As tecnologias, sempre ancoradas na ciência e nas demandas sociais, também demostra-se como dispositivo de poder e dominação ao mesmo tempo que alavanca o progresso (novas formas de transporte, eletricidade, cinema, parques, imprensa, indústrias, armas, anticoncepcionais...)
O século 19 e 20 ajudam a formar o quadro que hoje vemos: hoje pensamos mais em qualidade de vida (afinal, o mundo está se acabando), nem sempre o saber dito científico é o mais valorizado, novos meios de comunicação e produção de conhecimento dão uma nova relação para o saber. Temos, facilmente, acesso a grandes bancos de dados. Passamos a ter consciência de que estamos em um contexto específico e com suas diversidades, que não comporta generalizações. Sendo assim, a educação encontra-se em um contexto bem diferente daquele do século 19, onde era visto como promissor a educação das massas (ou em massa). Se faz necessário significar localmente os saberes e projetar globalmente, ir em busca de soluções para nossos problemas e da comunidade (globalidade?), estar sempre atento a tudo que nos rodeia, o que nos leva a dialogar com os mais variados contextos.
Para que o professor dê conta desta nova significação para a educação, é necessário que este se reconheça como um ser inconcluso, que não detém verdades absolutas e eternas, que reconheça seus não saberes. Assim o professor passa a assumir o papel, não de “repassador de verdades”, mas de “animador dos coletivos inteligentes”, sendo um orientador que cria ambientes favorável à busca de saberes e ressignificações. Este sujeito só conseguirá se estabelecer como um sujeito em construção se se dispor ao diálogo e à reflexão. Porém, para que isto se estabeleça, é necessário que o sujeito disposto a isto encontre outros sujeitos também dispostos, o que nem sempre encontramos na mesma escola ou grupo de amigos. Assim, junto com uma ressignificação de espaço e de tempo, faz-se promissor o diálogo e a reflexão em ambientes eletrônicos, a internet.
Sendo assim pretende-se investigar se
Acontece a reflexão de professores através do diálogo na web? Se isto acontece, qual a influência dos diferentes ambientes para a reflexão entre professores?
Para estudar a REFLEXÃO ENTRE PROFESSORES EM AMBIENTES WEB pretende-se participar e analisar ambientes na web que dispõe espaço para que professores dialoguem e reflitam sobre suas práticas docentes, estudando cada caso com suas especificidades e tentando projetar perspectivas para novas práticas de formação contínua de professores inseridos em um contexto de mudança.
Estou olhando para caos espontâneos de diálogo entre professores na web, tais como chats, blogs, comunidades virtuais, sendo que muitas vezes estes se entrelaçam e fica difícil delimitar o âmbito de um ou outro.
Os resultados parciais vêm demonstrando que cada ambiente web tem suas especificidades, significadas de diversas formas pelas pessoas que ali se encontram. Cada vez que as pessoas descobrem alguma possibilidade de um ambiente, calam tantas outras possibilidades, o que muitas vezes é uma opção política dos desenvolvedores do site. Estas formações nos indicam que a prática docente está se reconfigurando e que os professores estão se abrindo para o diálogo e participam de uma cultura contemporânea que é o diálogo em ambientes web, demonstrando alternativas para uma busca contínua de reconstrução de saberes e (re)formação docente.
Voltando ao filme, vemos que hoje “a história do mundo é (feita e) contada pelas próprias pessoas”. Acho que o fim disto vai ser bem diferente do Titanic: “e depois veio o silêncio” (fala de uma entrevistada no documentário), ao conrário, vejo cada dia mais o valor da voz dos professores que pedem ajuda e navegam juntos formando novas redes de relacionamentos e saberes.
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Há 9 meses
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