sexta-feira, outubro 29, 2010

Um jeito hacker de ser

Ética Hacker, depois de ser tema de evento, continua reverberando nas mais diversas mídias.
No último 25/10, no Jornal ATarde, foi publicada a matéria de Nelson Pretto, que fala um pouco deste "um jeito hacker de ser".
NP, como não poderia deixar de ser, enfatiza que, ao contrário de um nerd que "invade os computadores para roubar senhas, dinheiro ou realizar operações fraudulentas", os hackers contribuem para uma cultura da "socialização dos bens culturais e científicos a partir do livre acesso ao conhecimento". Ressalta que, apesar dos esforços notados no Brasil para a disseminação de uma internet de qualidade e acessível para todos e de programas de incentivo ao acesso aos computadores, deve-se ir além, "porque não podemos pensar na utilização dessas redes simplesmente com o objetivo de transformar cada cidadão em apenas mais um mero consumidor, seja de produtos ou de informações".
Para além do mero consumo irrefletido, demonstra o desejo de formação de "uma nova cultura que se estabelece a partir da forma de trabalhar dessa turma [os hackers], tendo a paixão, o trabalho solidário e colaborativo como elementos socialmente necessários para a construção de um mundo sustentável".
Ao exemplo de grupos de hackers que trabalham coletivamente no desenvolvimento de bens comuns, como é o caso do movimento software livre, pode-se reafirmar a ideia do "rossio não rival"*, pois, ao contrário de bens materiais que se exaurem ao consumo, o conhecimento é tanto mais estimulado quanto mais divulgado, trocado, reapropriado, reconstruído, significado e sentido, em vias de mão dupla na rede.**.
Assim, ética hacker não é papo daqules péssimos informatas que roubam senhas, mas é uma postura frente à sociedade e seus processos, "constitui-se uma atitude política de inserção social nessa rede".

Você pode ler o artigo completo aqui ou baixar o pdf


*Ver texto com mesmo nome no livro Além das redes

** quanto a isto não posso deixar de fazer um link com um livro que li a pouco tempo, O culto do amador, de Andrew Keen, que faz ferrenhas críticas à inserção dos sujeitos, com a web2.0, no contexto de produção de conteúdos (blogs, vídeos, podcasts...). Segundo ele, isto só fez com que se perdesse tempo nas buscas na web, para distinguir o que era "verdade" e produto informacional e cultural "válido", do que era futilidade, frívolo e "sem autoria", pois, para ele, quem garante que quem está escrevendo é o verdadeiro autor ou um macaco, ou ainda um bando de pinguins? (!!!) Enfim, este autor, que foi uma febre de vendas desde o último ano, não consegue enxergar toda a potencialidade deste jeito de ser que NP desenvolve no texto que trago acima, deste conjunto de valores defendidos pelo movimento ativista da ética hacker... mas para comentar melhor isso, devo publicar novos posts, pois são muitas as alfinetadas que o autor traz para comentar em aglumas poucas linhas...

quinta-feira, outubro 28, 2010

Desafios na formação dos professores

Junto de uma matéria da revista Nova Escola (Ed.231), encontramos este vídeo com uma entrevista com Bernardete Gatti. Ela aponta alguns grandes desafios para a formação de professores, muito deles já bastante debatidos pelos profissionais da área, tais como:
- o sentido sóciocultural dos conhecimentos - muitas vezes os professores não sabem qual o sentido social do que ensinam (para que o aluno deveria estudar determinado tema). Alguns professores acham até inútil o que ensinam...
- perfil professor - os licenciandos , pelo seu pouco contato com a atividade docente, não tem uma identidade docente formada ao concluir o curso
- formadores de formadores - qual é a formação e experiência da docência dos profissionais que trabalham na formação de professores? Alguns tem formação em educação, mas nunca entraram em uma sala de aula. Outros sequer tem formação em educação, o que acontece muito nas "áreas duras", onde prevalece uma concepção de que, para atuar nas disciplinas "pedagógicas", qualquer licenciado tem condições, mesmo que com doutorado em Botânica ou qualquer outra área, às vezes prevalecendo aos de menor titulação mas com formação mais próxima da educação
- áreas de conteúdo - o conhecimento não se forma na costumeira fragmentação das instituições, centradas em disciplinas. Mas, se o professor é formado, em toda sua formação, em disciplinas fragmentadas, como promover essas integrações? Por outro lado, os formadores das universidades pregam a integração, enquanto não conseguem fazer a universidade conversar com as escolas...
- carreira atrativa - nem precisa falar... salário, progressão, condições de trabalho... além disso, temos uma desvalorização social da categoria
- módulos - trabalhar com um grupo fixo de professores é muito mais fácil para planejar junto do que com professores que são alocados em escolas ao gosto dos profissionais da secretaria de educação.
- currículo - o que e como ensinar? como e o que deve acontecer na escola? será que isso é realmente refletido nas escolas?
- insumos para o trabalho - "o material para trabalho, muitas vezes, é jogado para a escola". O desenvolvimento dos materiais didáticos é desenvolvido longe do contexto da escola. O professor não tem formação. Há uma sobrecarga no professor, responsável pela solução dos problemas da sociedade! (...) Mas o que tem sido feito para modificar isso?

Algo semelhante também é descorrido, com uma profundidade muito maior, na obra Professores do brasil: impasses e desafios

Vale a pena ver os vídeos:



quarta-feira, outubro 06, 2010

a colaboração faz coisas surpreendentes!

De 18 a 19 de outubro, por ocasião da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, através do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), promoverá o evento Ética Hacker, um evento multimídia integrado que mobilizará as comunidades em debates sobre as questões da Ética Hacker, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia na sociedade contemporânea.
Participarão do evento convidados que vem desenvolvendo trabalhos interessantes sobre a temática, como Sérgio Amadeu da Silveira, Sérgio Amaral, Alexandre Oliva, Gilberto Monte, Andre Stangl, Cláudio Manoel Duarte, Lúciano Matos, Mário Sartorello, além de Nelson De Luca Pretto, que coordena o evento.
Já estão sendo produzidos e veiculados programas de rádio e tv, que podem ser vistos na página do evento(www.eticahacker.faced.ufba.br), além da TVE, da Rádio Educadora e da RádioFacedWeb. Presencialmente, o evento acontecerá nos dias 18 e 19 de outubro, na Faculdade de Educação da UFBA, mas também será transmitido, reverberando para além do espaço e do tempo do aqui e agora.

Vale a pena conferir!


terça-feira, outubro 05, 2010

posso copiar?

Há algum tempo falamos aqui em direitos autorais e o que isto representa para a produção e veiculação/difusão de informação e produtos culturais. Hoje eu estava passeando pelo blog de Vicente Aguiar, um dos membros da Colivre, com discussões bem ativas sobre economia solidária. No blog dele encontrei esta tirinha do Nerdson e, por achar extremamente pertinente para quem transita por aqui, resolvi replicar:
[se estiver com dificuldad em ver, clique na imagem para ir ao site do nerdoson, onde vc vai ver esta e muitas outras tirinhas legais]