Olha que interessante:
Karl MacDorman, da Universidade de Indiana, fez o seguinte experimento com seus alunos de medicina: eles deveriam atender uma paciente virtual, que, durante a consulta lhes pedia que não contassem ao seu marido que ela havia contraído herpes genital. Com isso MacDorman pretendia que os estudantes considerassem questões como confidencialidade médico-paciente e não obter uma resposta certa ou errada.
A paciente foi representada de quatro formas:
- a imagem de uma atriz sobre um fundo "virtual", com movimentos suaves
- a imagem de uma atriz sobre um fundo "virtual", com movimentos bruscos
- um avatar digital desenhado com o fundo "virtual", com movimentos suaves
- um avatar digital desenhado com o fundo "virtual", com movimentos bruscos
As estudantes mulheres foram mais simpáticas à paciente, representada de qualquer uma das formas. Já os estudantes homens, em sua maioria, atenderam com muito mais empatia as duas primeiras formas. A explicação para o fenômeno, pelo próprio autor do estudo, me parece meio machista, mas pode ser plausível: "as diferentes respostas dos voluntários poderia sugerir que os homens mostraram mais empatia pelas personagens que eles vêem como potenciais parceiras". É provável que eles tenham desenvolvido um reconhecimento maior com a paciente com formas mais familiares. Mas e porque isto não aconteceu também com as estudantes mulheres?
Porém, Jesse Fox, uma pesquisadora de interações humano-computador, pontua que tal reação pode também ter sido desencadeada pelas formas mais sexualizadas da avatar, como os seios grandes e a barriga de fora. Os homens a teriam visto como gostosa e [por isso] promíscua e desonesta?
O artigo completo pode ser acessado em:
Gender Differences in the Impact of Presentational Factors in Human Character
Animation on Decisions in Ethical Dilemmas
E um comentário sobre ele pode ser visto em
A aparência importa, mesmo no mundo virtual
Piloto Automático
Há 9 meses
2 comentários:
É Adriane,
acho que os avatares certamente compõem fantasias.
Não tenho nenhuma experiência nesta área, mas de repente pensei nos quadrinhos de heroínas sempre turbinadas. Transporto dos comics para os avatares as percepções.
Saúde aí na tua pesquisa!
pois é, bom isso, pra q na prática os tabus e pré-conceitos não façam o profissional perder o foco...
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