Olha que interessante:
Karl MacDorman, da Universidade de Indiana, fez o seguinte experimento com seus alunos de medicina: eles deveriam atender uma paciente virtual, que, durante a consulta lhes pedia que não contassem ao seu marido que ela havia contraído herpes genital. Com isso MacDorman pretendia que os estudantes considerassem questões como confidencialidade médico-paciente e não obter uma resposta certa ou errada.
A paciente foi representada de quatro formas:
- a imagem de uma atriz sobre um fundo "virtual", com movimentos suaves
- a imagem de uma atriz sobre um fundo "virtual", com movimentos bruscos
- um avatar digital desenhado com o fundo "virtual", com movimentos suaves
- um avatar digital desenhado com o fundo "virtual", com movimentos bruscos
As estudantes mulheres foram mais simpáticas à paciente, representada de qualquer uma das formas. Já os estudantes homens, em sua maioria, atenderam com muito mais empatia as duas primeiras formas. A explicação para o fenômeno, pelo próprio autor do estudo, me parece meio machista, mas pode ser plausível: "as diferentes respostas dos voluntários poderia sugerir que os homens mostraram mais empatia pelas personagens que eles vêem como potenciais parceiras". É provável que eles tenham desenvolvido um reconhecimento maior com a paciente com formas mais familiares. Mas e porque isto não aconteceu também com as estudantes mulheres?
Porém, Jesse Fox, uma pesquisadora de interações humano-computador, pontua que tal reação pode também ter sido desencadeada pelas formas mais sexualizadas da avatar, como os seios grandes e a barriga de fora. Os homens a teriam visto como gostosa e [por isso] promíscua e desonesta?
O artigo completo pode ser acessado em:
Gender Differences in the Impact of Presentational Factors in Human Character
Animation on Decisions in Ethical Dilemmas
E um comentário sobre ele pode ser visto em
A aparência importa, mesmo no mundo virtual
Portugal: Aveiro, Braga e arredores
Há 2 anos