quarta-feira, março 25, 2009
Steven Pinker: do que é feito o pensamento?
Ontem a noite, no Fronteiras do Pensamento, tivemos a oportunidade de ouvir o psicólogo e linguista canadense Steven Pinker, autor de livros como Do que é feito o pensamento, Como a mente funciona, Tábula Rasa e O instituto do pensamento.
Para ele, nossa mente e a forma como pensamos é o resultado de uma combinação genética e de influências ambientais.
Então o pensamento seria hereditário? Se fosse simples assim, gêmeos univitelinos (que são como clones) pensariam exatamente da mesma forma. Segundo Pinker, não pensam exatamente da mesma forma, mas compartilham muitas características morfo-fisiológicas do cérebro, muito mais do que pessoas sem parentesco. Isso pode ser notado, por exemplo, em gêmeos univitelinos que nunca se viram mas que apresentam aspectos comportamentais semelhantes.
Se considerarmos gêmeos que não possuem a mesma informação genética poderem ter outro exemplo disso: eles compartilham metade dos genes, enquanto que a outra metade se constitui da configuração aleatória de todos os outros do pai e da mãe, gerando um padrão diferente de qualquer um dos pais ou irmãos. Olhando o cérebro destes gêmeos (de acordo com as imagens trazidas pelo palestrante), a morfologia é mais parecida entre si do que de pessoas sem parentesco, e menos parecida entre si do que em gêmeos univitelinos.
Por outro lado, nem tudo o que pensamos e fazemos é "determinado" pela configuração genética. Mesmo que nossos genes nos deem um "código de funcionamento", suas partes são "ativadas" por estímulos ambientais. Ou seja, nossa cultura modela boa parte do nosso comportamento, independente da informação genética de cada indivíduo. Isto explicaria por que a idéia de comer minhocas ou gafanhotos provoca asco entre os ocidentais e não entre os orientais.
Ah, mas se fosse simples assim nem teria graça. Não é assim simples porque não existe nenhum padrão determinado para este esquema de funcionamento do cérebro e consequentes influências no comportamento humano e social. Porque do cérebro de cada indivíduo e da interação social entre eles, surgem padrões emergentes de pensamento e comportamento, o que é praticamente impossível de prever.
Por exemplo: indivíduos violentos que foram espancados pelos pais quando criança, são violentos por um fator genético ou pelos fatores a que foi exposto na infância? A princípio não sabemos. Pois os pais, para espancar seus filhos, também foram violentos, o que indica um forte traço genético. Mas o espancamento na infância "ensina" um padrão de comportamento, modelado pelo ambiente. Então, como tirar a dúvida? Analisar crianças adotivas espancadas? talvez...
Mas o que fica é que nosso cérebro trabalha com ilusões: ele faz uma leitura de mundo através de nossos olhos e o restante dos sentidos, lê isso de acordo com padrões genéticos e ambientais, alucina uma realidade (que o faz crer que é o real) e, de acordo com esta realidade construída (única em cada sujeito) responde com o comportamento humano.
Ou seja:
- nem tudo o que vemos existe
- o que vemos (ou a leitura do que vemos) não é igual entre os indivíduos
- tudo o que vivemos até hoje nos faz ter uma leitura específica do mundo
Ou seja, viveríamos em uma constante simulação de mundo?
terça-feira, março 24, 2009
As características visuais do avatar e a identificação encarnada em games massivos
As características visuais do avatar e a identificação encarnada em games massivos
Escrito por Ana Paula Narciso Severo
Ana Paula aborda, neste artigo, alguns elementos da construção do avatar como reflexo de elementos simbólicos e da identidade do sujeito que o constrói.
Parei para pensar (e tenho que pensar mais) sobre a relação que autora faz entre os conceitos real/virtual/online. A autora coloca que "Nele iremos compartilhar um mundo inteiramente virtual, mas existente, com outros corpos também já encarnados por outros jogadores".
Primeiro achei que tínhamos uma pequena confusão, mas depois comecei a ver que faz sentido
Destaco esta passagem sobre a construção dos avatares:
Quando vamos criar o nosso avatar, todos os objetos, habilidades e aparência devem estar ligados simbolicamente de modo a reforçar, tanto a identidade a que queremos construir, como a idéia da associação do personagem a o que ele faz, como se comporta ou que habilidades possui. Tudo isso deve estar intrinsecamente relacionado fazendo com que possamos incorporar a identidade do avatar nos referindo a ele como a nós mesmos. Além disso, ele deve estar possivelmente relacionado à nossa imagem mental inicial, a qual já nos idenficávamos antes. Essas características devem, portanto, nos surpreender e nos acrescentar estímulos além daqueles proporcionados pelos demais elementos do game, dando-nos possibilidades de superar nossas expectativas e imergir naquele mundo totalmente novo e pronto para receber nossos corpos idealizados.
Logo depois de ler isso, passando pelo Twitter de NP, encontro esta:
braço e mão doendo... doença moderna associada a esses trecos que usamos sem parar...
corpo obsoleto?
terça-feira, março 17, 2009
Os blogs na comunicação científica
Destaco:
Muitos cientistas utilizam blogs de ciência para postar informação sobre seu trabalho e assim obter comentários de outros cientistas e também de pessoas fora do círculo usual de leitores. (...) Muitos cientistas, porém, ainda encaram o blog como uma distração pouco atraente do seu mundo real e acham que tem muito pouco a ganhar comentando seu trabalho com leigos ou especialistas em outras áreas.
Uma evidência de que o blog se afirma progressivamente como meio de comunicação científica é o fato de que alguns periódicos científicos renomados, com alto fator de impacto, adotaram nos seus websites o blog como meio formal para disseminar e promover discussões sobre trabalhos publicados na sua comunidade de leitores.
sexta-feira, março 13, 2009
Resumo da dissertação publicado na Revista Faeeba
vol. 17, nº. 30, JUL/DEZ, 2008
Aí foi publicado o resumo da minha dissertação:
RESUMOS DE DISSERTAÇÕES
2 3 3 HALMANN, Adriane Lizbehd. Reflexão entre professores em blogs: aspectos e
possibilidades. FACED/UFBA, 2006.
Ele pode ser acessado através da revista, clicando no link acima e também passará a fazer parte do gadget a direita. Boa leitura!
Virtual World Best Practices in Education (VWBPE)
O Virtual World Best Practices in Education (VWBPE) acontecerá nos dias 27 a 29 de março, no SL.
Para participar é necessário realizar o registro. Também vale a pena ver a entrevista com Phelan Corrimal, um dos organizadores do evento.
Estaremos lá!
E depois trago para cá algumas pitadinhas...
Your Eventbrite Order Number is: 294497851-3932263
Your order is complete and your information has been recorded.terça-feira, março 10, 2009
corpos mutantes - quem somos?
Ela, citando o texto de Edvaldo Couto e Silvana Vilodre Goellner, Bioarte - Estéticas de corpos mutantes, comenta as sensações de angústia e até uma certa repulsa que teve ao ver as "obras de arte" de Orlan. Eu tb tenho dúvidas sobre a beleza da arte de Orlan... mas uma coisa eu tenho certeza: ela consegue mecher com qualquer um!
e eu fico me perguntando: se nosso corpo faz parte de nossa identidade, como esta muda de "cutucarmos" ele? Ou será que nosso corpo é apenas uma barreira física que carregamos junto de tudo o resto que somos? Se não tivéssemos esta "barreira física" conseguiríamos expressarmos melhor quem nós somos? e será que somos uma coisa só???
sexta-feira, março 06, 2009
SLACTIONS 2009 também prorroga prazo para trabalhos
SLACTIONS 2009 - call for papers
Seminário Criatividade e Inovação na Escola - Contributo das TIC
Seminário Criatividade e Inovação na Escola - Contributo das TIC
7 de Março de 2009
Auditório da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
da Universidade de Lisboa
Programa
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Vídeo Difusão
O seminário vai ser transmitido, via Internet, por vídeo difusão no seguinte endereço:
http://videodifusao.crie.min-edu.pt
Se não pode estar presente, assista ao seminário por esta via.
quinta-feira, março 05, 2009
Para o dono do universo, Second Life é onde tudo é possíel!
Ele enfatiza a aprendizagem pela manipulação, simulação e criação, além da importância da possibilidade da criação de coisas que não seriam possíveis no mundo real (imaginário?). Bom, lá vai mais uma questão para a pesquisa: qual o papel do imaginário na aprendizagem? ou, de que forma a criação de coisas, fenômenos e processos com outros limites, que dependem mais de sua criatividade do que propriamente da física ou da resistência dos materiais, interferem na aprendizagem das ciências? ou, o conteúdo digital passaria a ser o estímulo ao sujeito exercitar sua criatividade?
bom, por enquanto fica a indicação da palestra... e a promessa de que, em breve, trarei uma postagem sobre o metaverso como um espaço de laboratório!
(indicação de Carlos Santos, no blog na Praia)
quarta-feira, março 04, 2009
Second Life e crise econômica
A um tempo atrás, na época do lançamento do Lively, eu publiquei um post perguntando Será o fim da Linden? pois veja só: a google fechou o Lively (Google muda para se adaptar a crise), enquanto o Second Life tem registrado aumento de acesso (as pessoas tem mais tempo para empenhar no metaverso), apesar de notarmos uma pequena diminuição (em torno de 1 ou 2%) dos fluxos e a variação da cotação da moeda (se o dólar aumenta, a cotação em reais cai, ou seja, o real está comprando menos lindens). Outra consequência da diminuição dos fluxos de dinheiro é o cancelamento de serviços, fechamento de empresas e menor publicidade.
Veja a entrevista com um dos fundadores do Second Life e matérias relacionadas:
Linden BR - A crise Econômica Mundial e o Second Life
O Metaverso - Decadência no Second Life - o fim está chegando?
Joystiq - Reuters fecha ilha
Second Life, cadê essa merda?
Blog na prática de ensino
Este blog é mantido pela nossa colega Socorro Cabral, que fez do Mestrado em Educação aqui Ufba e participou do GEC neste período. Socorro vem utilizando este blog para registrar a itinerância da disciplina Práticas Pedagógicas no Ensino Fundamental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Semestre novo, atividade nova denovo: vale a pena ver o encaminhamento para o uso dos blogs no estágio docente orientado.
segunda-feira, março 02, 2009
SBC e Anped tem inscrições prorrogadas
Congresso da Sociedade Brasileira de Computação/WIE - XV Workshop Sobre Informática na Escola - submissão de trabalhos até 31/03/2009
ANPED - Congresso da Associação Nacional Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - submissão de trabalhos até 18 de março
Além destes, também temos o EPENN (Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste – Educação, Direitos Humanos e Inclusão Social)
domingo, março 01, 2009
Formação de professores: deve ser permanente, mas o que DEVE fazer parte da formação inicial?
Achei a charge muito pertinente com a discussão sobre a formação de professores: vivemos em uma sociedade onde O "pacote" institucionalizado pelas Universidades como a Formação Inicial dos professores, não dá conta de todas as necessidades formativas que este sujeito encontrará em sua prática pedagógica. Provavelmente NENHUM "PACOTE" dará conta disso. Então ressurge uma questão antiga: se ela (por si só) não é suficiente, por que é necessária? ou melhor, qual a função da formação inicial para os professores? ou ainda, desmembrando esta questão, o que deve ser contemplado nesta formação inicial?
Um olhar um pouco desatento diria: sem dúvida, hoje o importante é aprender a aprender, pois esta competência dará autonomia para o sujeito tomar decisões fundamentadas em sua prática.
Hoje eu já mudaria a resposta: sem dúvida, uma das coisas que o professor deve sempre ter em mente é que nenhum pacote pronto de informações lhe dará subsídios suficientes para enfrentar fundamentadamente todas as situações de sua prática, sendo necessário que o professor seja investigador, reflexivo e que saiba "aprender a aprender" (o que, por si só, não é nada fácil, veja na postagem do Caldeirão de Idéias). Mas mesmo assim, continuamos com o "pacote" da formação inicial e, pelo que eu acredito, esta deveria dar os subsídios para os primeiros passos na prática pedagógica. Mas quais subsídios são estes quando está cada vez mais incerto o terreno onde o professor dará seus passos?
Esta é uma questão que merece maior discussão (assim como muitos tem feito). E você, o que pensa sobre isso?
mais sobre arquitetura e educação
Ensino de Ciências: educação ambiental
Sobre isto vale a pena ver o post de Vanessa sobre Educação Ambiental.
Grupo Blogs Educativos: produções e selo
Infelizmente o selo do grupo vem sendo usado indiscriminadamente por uma série de pessoas, que nunca contribuiram em nada para o grupo, como se fosse um meme... Vale a pena ler o alerta que Fátima faz no blog Tecnologias na Educação.