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Acontece segunda (13.11.2006), na FACED/UFBA, uma série de atividades buscando intensificar o debate sobre a implantação da TV Digital no Brasil.
Estará em Salvador, a convite da FACED, Alex Primo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Ricardo Benetton Martins, do CPqD, responsável pelo projeto brasileiro de Televisão Digital.
Organizado pelo grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), estes eventos buscam contribuir com a reflexão sobre as potencialidades das tecnologias digitais para a educação. Para Maria Helena Bonilla, “a implantação de um sistema de Tv Digital no Brasil pode ser a maior oportunidade que o país terá no sentido de promover a inclusão digital de grande parte da população brasileira”. No campo da educação, “esse é o grande desafio para professores e estudantes” afirma Bonilla. Estão em andamento ainda, no Programa de Pós graduação em Educação da UFBA, seis pesquisas de mestrado e seis de doutorado sobre as temáticas da inclusão digital, tv digital e educação a distância, que estabelecem fortes vínculos com a educação e, principalmente, as políticas públicas.
Segunda-feira – 14 horas – auditório II/FACED
Apresentação da dissertação de mestrado de Adriane Halmann sobre Reflexão entre professores em blogs, com a banca composta pelos professores Maria Helena Bonilla (orientadora) , Alex Primo (UFRGS), Edvaldo Couto (UFBA) e Nelson Pretto (UFBA).
Segunda-feira – 19 horas – auditório II
Palestra TV Digital, Interatividade e Produção colaborativa na Educação
Alex Fernando Teixeira Primo é graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda (1991) e habilitação em Jornalismo (1995) pela Universidade Católica de Pelotas . É mestre em Journalism pela Ball State University (1993), doutor em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Secretário-geral do Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Tem experiência na área de Comunicação e atua principalmente nos seguintes temas: Informática na Educação, Informática educativa, interação homem-máquina, interatividade, interface e hipertexto.
Ricardo Benetton Martins é Bacharel e Mestre em Física pela Unicamp e Doutor em Ciências dos Materiais pela Universidade de Paris. Integra o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) desde 1991. Atualmente é Diretor de TV Digital, onde atuou como apoio ao Grupo Gestor na coordenação dos trabalhos de pesquisa do projeto do Sistema Brasileiro de TV digital (SBTVD), em especial, para a elaboração do modelo de referência para a implantação da TV digital no Brasil. Suas áreas de interesse envolvem inclusão digital, TV digital, modelos de apoio à decisão e abordagens alternativas para análise de viabilidade de novas tecnologias e serviços voltados à inclusão digital.
Vamos falar de blogs educativos? Você possui um? Qual o endereço, qual a proposta pedagógica? Quais as vantagens que você vê em utilizar essa ferramenta?
Diários eletrônicos como fomento da reflexão na formação de professores de Ciências
Adriane Lizbehd Halmann[1]
Resumo
Este artigo traz o relato de uma vivência com a inserção de diários eletrônicos como fomento da reflexão na formação de professores de Ciências. Esta atividade foi realizada na disciplina Ensino de Ciências Naturais, ministrada aos alunos do curso de Ciências Naturais, da Universidade Federal da Bahia, no primeiro semestre de 2006.
Os diários da prática pedagógica são indicados por alguns autores como instrumento de registro e análise da prática, ou ainda como instrumento de pesquisa, apontando sempre sua potencialidade como instrumento à reflexão docente. Atendendo a várias demandas contemporâneas e ligando isto às potencialidades da web, foi proposto nesta disciplina que os diários da prática pedagógica fossem feitos de forma eletrônica, em blogs. Os resultados obtidos demonstram que os blogs podem ser uma forma de diário da prática pedagógica, possibilitando além da reflexão individual, a reflexão conjunta, a formação de comunidades, a extrapolação do espaço-tempo da escola, a inserção de outras formas de conhecimento na prática escolar e nos indica outras formas de pensar a/na educação.
A dinâmica desenvolvida nos blogs apresenta alguns aspectos que merecem destaque. A afirmação do “eu”, a plasticidade dos ambientes, as articulações entre o público e o privado, a possibilidade de se posicionar livremente a respeito de qualquer assunto, entre outros. Porém, o que mais chama a atenção é a possibilidade de trocar opiniões sobre os mais variados assuntos. Estas trocas simbólicas acontecem nos mais variados níveis, sendo potencializadas no momento em que o blogueiro permite comentários e cria links para outros blogs. Isto faz com que um grupo de blogs se agrupe em uma espécie de esfera. Porém, como cada blogueiro se reconhece com diferentes esferas, estas ligam-se e relacionam-se como uma rede, uma trama complexa, fluida, autogerida, mutante.
Os blogs também reservam para si a singularidade, sendo que cada blogueiro tem a possibilidade de desenvolver ou não uma série de atributos. Assim, nem todos os blogs abrem espaço para tais trocas simbólicas, porém, muitos deles compõe verdadeiras comunidades virtuais.
Mas, muitos deles são comunidades virtuais, uma vez que ao permitirem comentários e ao criarem links para outros blogs dão origem a uma comunidade que troca opiniões e faz comentários sobre ideias contidas noutros blogs. (RODRIGUES, on-line, pg3)
Alguns blogs reúnem-se à volta de determinados temas, posicionando-se, discutindo e acrescentando idéias e opiniões. Porém, a comunidade virtual é um elemento do ciberespaço que só existe enquanto as pessoas realizam trocas e estabelecem laços sociais (Recurero, 2003). Assim encontramos mais um condicionante da caracterização dos blogs como comunidades virtuais: a atualização constante. A manutenção de cada blog é fundamental, é isto que mantém este fenômeno vivo...
As comunidades virtuais constituem assim um conceito importante e ao mesmo tempo complexo, que pede nossa atenção para que seja clarificado no intuito de descortinarmos em quais sentidos podem ser aplicados aos blogs e quais as peculiaridades disto. Sendo assim, se faz importante olharmos com mais profundidade para algumas questões conceituais sobre comunidades virtuais e outros conceitos intrinsecamente ligados a este, tais como redes, interatividade, sentimento de pertença, cooperação e colaboração, aprendizagem cooperativa, e outros nós que compõe esta rede.
Depois de apreciar a importância do padrão para a compreensão da vida, podemos agora indagar: “Há um padrão comum de organização que pode ser identificado em todos os organismos vivos?” Veremos que este é realmente o caso. Esse padrão de organização, comum a todos os sistemas vivos, será discutido detalhadamente mais adiante. Sua propriedade mais importante é a de que é um padrão de rede. Onde quer que encontremos sistemas vivos – organismos, partes de organismos ou comunidades de organismos – podemos observar que seus componentes estão arranjados à maneira de rede. Sempre que olhamos para a vida, olhamos para redes. Esse reconhecimento ingressou na ciência na década de 20, quando os ecologistas começaram a estudar teias alimentares. Logo depois diso, reconhecendo a rede como o padrão geral da vida, os pensadores sistêmicos estenderam modelos de redes a todos os níveis sistêmicos. Os ciberneticistas, em particular, tentaram compreender o cérebro como uma rede neural e desenvolveram técnicas matemáticas especiais para analisar seus padrões. A estrutura do cérebro humano é imensamente complexa. Contém cerca de 10 bilhões de junções (sinapses). Todo cérebro pode ser dividido em subseções, ou sub-redes, que se comunicam umas com as outras à maneira de rede. Tudo isso resulta em intrincados padrões de teias entrelaçadas, teias aninhadas dentro de teias maiores.
A primeira e mais óbvia propriedade de qualquer rede é sua não-linearidade – ela se estende em todas a direções. Desse modo, as relações num padrão de rede são relações não-lineares. Em particular, uma influência, ou mensagem, pode viajar ao longo de um caminho cíclico, que poderá se tornar um laço de realimentação. O conceito de realimentação está intimamente ligado com o padrão de rede.
Devido ao fato de que as redes de comunicação podem gerar laços de realimentação, elas podem adquirir a capacidade de regular a si mesmas. Por exemplo, uma comunidade que mantém uma rede ativa de comunicação aprenderá com seus erros, pois as conseqüências de um erro se espalharão por toda a rede e retornarão para a fonte ao longo de laços de realimentação. Desse modo, a comunidade pode corrigir seus erros, regular a si mesma e organizar a si mesma. Realmente, a auto-organização emergiu talvez como a concepção central da visão sistêmica da vida, e, assim como as concepções de realimentação e de auto-regulação, está estreitamente ligada a redes. O padrão da vida, poderíamos dizer, é um padrão de rede capaz de auto-organização. Esta é uma definição simples e, não obstante, baseia-se em recentes descobertas feitas na própria linha de frente da ciência.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida : uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Cultrix, São Paulo, 1996. (pp77-78)
- a importância, para a prática docente, da escrita, da reflexão, do registro
- da navegação solitária para territórios povoados e colaborativos: blogs para uma outra educação: interatividade, saberes rizomáticos, projetos colaborativos
- exemplos
- dicas
- registro no blog
. síntese e reflexão
. o que poderia ser feito
Os blogs apresentam uma particularidade muito interessante: a identidade, nestes casos, é constrída de uma maneira muito singular. É um processo que vai além do "dizer o nome": a identidade vai se construíndo no profile e nas inúmeras informações que vão sendo disponibilizadas post após post, assim como que se o professor fosse tomando intimidade com a ferramenta e com os "olhares" e intervenções de outras pessoas em seu blog. Também é um processo coletivo, pois sua identidade vai se formando também nos comentários aos blogs alheios, onde passa por uma avaliação: se o comentário for pertinente, vai ganhar um novo "olhador" e "comentador" de seu trabalho... Muitas vezes não só de seu trabalho: para muitos, o sujeito docente não está apartado do resto do mundo, assim, para alguns, a atividade docente aparece intercalada por “flashs” da vida cotidiana. O sentimento de pertença também se faz presente, é o "seu" blog, mas quem mesmo é esse "eu"? Nem sempre essa construção é exatamente intencional, às vezes, inclusive, forma-se uma identidade que não agrada ao blogueiro, o que já fez vários abandonarem um blog e criarem um novo com uma cara nova, para poderem se mostrar de uma maneira diferente da construída anteriormente. A forma como se mostram, contudo, às vezes é barrada por características do espaço: por ser um espaço público, onde os alunos e superiores podem olhar e participar, nem tudo se faz presente. Ou o que é mostado é o que, para o autor/blogueiro, pode ser mostrado ou é conveniente mostrar. O mostrar também depende de uma familiaridade com a ferramenta para saber qual a melhor maneira de mostrar o que se quer mostrar, uma otimização do espaço. O espaço? Cada blogueiro tem sua nação, seu entorno, seu contexto, seu cotidiano, luta por interesses locais e dá visibilidade para eles, mas é atuante em uma terra com outras fronteiras: é a blogosfera!
Balanço: trocando letras (blog): http://trocandoletras.zip.net/
INDICAÇÕES P O BLOPE
http://abiblogteca.blogspot.com/
http://eb1aldeiajoanes.blog.pt, que pretende,de uma forma regular, dar a conhecer os projectos e trabalhos desenvolvidos quer pelos alunos, quer pelos professores.
Para informações mais detalhadas, remetemos para o Post de apresentação do blog
http://professorsemquadro.blogspot.com
BLOGUE FEITO POR PROFESSOR
http://professordefisica.blogs.sapo.pt/
http://professorsemquadro.blogspot.com
http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/ que pretende ser um elo de ligação dos professores do 1º ciclo do curso do magistério primário de 1969-71
http://tiaerika.blogs.sapo.pt/
Denise Schittine. Blog: comunicação e escrita íntima na internet. Civilização Brasileira:2004, RJ.
Segue aí a definição de diário de alguém que mantém um diário eletrônico.
E vc, blogueiro, como definiria "diário"?
“Como definir o diário? Parece fácil... As razões e os conteúdos variam tanto que é quase desesperante dar-lhes uma idéia completa do que ali se pode encontrar. Em primeiro lugar, um diário se escreve ao sabor do tempo, é muito diferente de todas as autobiografias, memórias e outras parentes próximas do gênero. O diário é observado dia a dia, mais ou menos escrupulosamente mas é sempre uma espécie de representação “em direct” ao vivo da vida.
Ter um diário íntimo é também muitas vezes bastante difícil. É uma atividade que exige uma certa disciplina, que ordena a vida. Eu gosto de mostrar os dois lados da medalha, é preciso ser realista! Pessoalmente, o que me anima é uma mentalidade que eu qualificaria de “arquivista” e de colecionadora. Desde criança, nunca pude me resolver a jogar fora seja lá o que for. Guardo tudo! Ter um diário é uma maneira de colecionar os dias... Claro, as ambições do diário são uma causa perdida de antemão.[...] Claro que o diário íntimo tem limites. [...]. Colocar-se no papel quotidianamente é também uma maneira de se colocar a nu e se decifrar o interior, sem ter a pagar uma terapia. Notemos que muitos o utilizam com fins terapêuticos, aliás, para acompanhar uma psicoterapia por exemplo ou uma convalescença. Passa-se a vida a se buscar, a se descobrir. O diário age assim como o testemunha desta busca de si, e mesmo como parceiro, pois estando sós em face de nós mesmos em nosso diário, não podemos muitas vezes agir de outra maneira senão ver e compreender aquilo que somos relendo o que escrevemos. Alguns relêem seus diários e se surpreendem com o que escrevera. Outros não compreendem mais nada. Mantendo o diário de nossos dias, é a si mesmo, é vida que a gente interroga. Sem obter respostas muitas vezes... Um diário é a encenação, uma representação de si. Nós somos o personagem principal de nosso diário. Nós temos às vezes a tendência a escrever as coisas não como elas são mas como deveriam ser. Escreve-se para embelezar ou dramatizar sua vida, para lhe dar um sabor novo. O diário é muitas vezes um dos últimos refúgios do sonho.”
Definição de “diário” por Michele (http://www.colba.net/~micheles) citada por
MUZART, Zahidé Lupinacci. Do navegar e de navegantes. In.: MINOT, Ana Chrystina Venâncio; BASTOS, Maria Helena Câmara; CUNHA, Maria Teresa (orgs). Refúgios do eu: educação, história, escrita autobiográfica. Florianóplis: Mulheres, 2000. (pp181-190) (a citação é das páginas 184-185)