terça-feira, dezembro 29, 2009

que notas são estas?

recebi de uma aluna e não pude deixar de compatilhar...

web2.0 - beabá

Outro dia me pediram um conceito de web2.0 rapidinho...

Qualquer um que quiser entender o tema deve ler pelo menos o artigo de Tim O'Reilly, What is Web 2.0?, que agora tem tradução para o português também.

Quem quiser algumas coisas mais rapidinhas, tem uma referências mais rasteiras:
- Entenda o que é Web 2.0, artigo da Folha
- O que é (afinal) Web2.0, do Educarede
- Profesor 2.0, também do Educarede
- Geração 2.0 (a meninada nessa coisa toda)
- web 2.0, pela wikipedia

velox não abre blogger

é, ainda tentam explicar (resolver?) o problema...
a google diz que o problema é da velox
a velox não se prouncia
enquanto isso, duas medidas paliativas podem amenizar o problema: mudar o dns ou usar proxies

A Juliana Sardinha publicou um tutorial para mudar o dns, mas só no windows vista e xp..

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Olhares da rede

Segue uma indicação de leitura

(do site)

UMA VISÃO SOBRE OS OLHARES DA REDE
Este livro traz o debate sobre as idéias de cinco autores que pensam o universo das redes digitais. Surgiu das rodadas de leitura crítica que realizamos na Cásper Líbero como uma das atividades do Grupo de Pesquisa de Comunicação, Tecnologia e Cultura de Rede. Yochai Benkler, Manuel Castells, Henry Jenkins, Lawrence Lessig e Douglas Rushkoff são utilizados em nossas reflexões sobre a cibercultura e formam um grupo de pensadores cujas idéias inspiram algumas de nossas investigações, de mestrado e de iniciação científica.

Sergio Amadeu da Silveira
Prof. Titular do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero



segunda-feira, dezembro 14, 2009

terça-feira, dezembro 08, 2009

Gestão na era do blog

A algum tempo, fui entrevistada por uma jornalista, Aline Cornely, e acabei esquecendo de ver no que tinha dado...
Pois bem, hoje, mais ou menos sem querer, encontrei o artigo, Gestão na era do blog, publicado na Revista Escola Pública (11/2008). Apesar de o meu foco nunca ter sido especificamente o blog apropriado por gestores, Aline fez uma leitura dos materiais disponíveis e sacou o que teria de útil para contribuir na discussão. A matéria é um belo percurso entre espaços e falas de pessoas que trabalham com blogs. Ficou interessante...

sexta-feira, outubro 16, 2009

psivi: aproximações da psicologia nos mundos virtuais

Hoje visitei o Psivi (Psicología Virtual: Una aproximación al estudio de la conducta real efectuada desde los mundos virtuales) no SL e pelo blog.
no sl temos algumas sugestões de atividades didáticas (pelo olhar da psicologia) como uma dinâmica de grupo com cubos.

já no blog, mantido por Julio de Miguel Madrazo, temos uma série de postagens analisando assuntos de interesse da psicologia no second life, como os relacionamentos entre as pessoas neste espaço...

quinta-feira, outubro 15, 2009

sábado, outubro 10, 2009

DIÁRIOS DA PRÁTICA DOCENTE EM BLOGS: ASPECTOS DA REFLEXÃO ENTRE PROFESSORES

Para quem gosta de ler sobre os diários que se transformaram em blogs: saiu o trabalho apresentado na 32a Reunião Anual da Anped:
GT16 - 5866 DIÁRIOS DA PRÁTICA DOCENTE EM BLOGS: ASPECTOS DA REFLEXÃO ENTRE PROFESSORES Res. Int. Adriane Lizbehd Halmann
Maria Helena Bonilla

sexta-feira, agosto 07, 2009

cópia é legal?

A algum tempo venho acompanhando algumas discussões sobre cópias de blogs: pessoas que publicam seus textos nos blogs e, quando menos esperam, encontram o tal texto em outro lugar, com a autoria atribuída a outra pessoa!

Pois isto foi o que me aconteceu hoje.
De 2006 a 2008 eu alimentei um blog referente a uma disciplina sobre Projetos de Ensino de Ciências, enquanto eu era professora substituta na Universidade Federal da Bahia.
Convido todos a passearem pelo Blog Edc266 - Projetos de Ensino de Ciências
Tudo bem, ele poderia estar mais bonitinho, mais recheadinho... fosse hoje eu o teria feito bem diferente.

Pois bem, hoje, planejando as atividades deste semestre, para outra disciplina, resolvi retomar e atualizar algumas referências. E, para minha surpreza, olha o que eu encontrei:
Portal e-educador, texto sobre projetos de ensino
Fizeram uma cópia descarada de vários posts do antigo blog, não se deram o trabalho nem de tirar os links para os comentários, que dirá colocar a autoria...

Olha, não é a primeira vez que isto me acontece.

Sou super a favor da democratização da informação, quero mais é que todo mundo leia, copie, repasse, passe adiante... mas reconheça a autoria!!!
Poxa, não é tão difícil... é só colocar o nome de quem fez! e, se não for pedir demais, pedir autorização também seria de muito bom tom!

sexta-feira, julho 24, 2009

E na educação, o que existe além do espelho?


O ensino é triste e a aprendizagem é lúdica. Em consequência disso, o professor que quer ensinar produz só infelicidade e tristeza. No entanto, o professor que quer aprender produz alegria, inclusive a alegria interior nele mesmo. Luiz Felippe Perret Serpa. (SOARES, 2007, 323)


[SOARES, 2007, 324]

SOARES, Noemi Salgado. Educação trandisciplinar e a arte de aprender: a pedagogia do autoconhecimento para desenvolvimento humano. Salvador: EDUFBA, 2007.

terça-feira, julho 21, 2009

você tem livre expressão no seu blog?

Impressionante!
Eu sou uma ferrenha incentivadora para que as pessoas usem o blog, manifestem-se, analisem criticamente os fatos do dia-a-dia. Enquanto isso, outros querem mais é que as pessoas se calem e aceitem passivamente as falcatruas do poder público.

Vejam o que aconteceu com o Blog do Cássio. Cássio Augusto é um jovem que comentava coisas da vida e do mundo, com poesias, críticas políticas, futebol, aspectos de outros países, obras de Brecht... comentava, inclusive, sobre o que a aministração pública de Londrina, cidade onde mora, faz, e, claro, expressando sua opinião sobre isso. Parece fantástico não?!??
Pois a administração pública do local não gostou da idéia. Registraram um boletim de ocorrência contra o rapaz, atestando calúnia. Teve então uma "audiência conciliatória", quando propuseram algumas alternativas ao rapaz (como se a constituição não nos desse o direito de expressar nossas opiniões...). Dentre as alternativas sugeriram que ele descontinuasse seu blog e, não aceitando este disparate, agora ele deveria submeter seus posts a "aprovação" ou não do Secretário Municipal, o tal gestor que moveu a ação, e que este poderia ter "direito de resposta" (será que ele não viu que os posts tem comentários??)

E o que mais me impressionou foi que nos comentários de apoio, vários outros blogueiros relataram ser alvo de censura política!

Lamentável, eu achava que já tínhamos superado isso...

domingo, julho 19, 2009

chamada de artigos: linguagens, educação e sociedade

Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação
LINGUAGENS, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

Chamada de artigos

O Conselho Editorial da Revista “Linguagens, Educação e Sociedade”, veículo de divulgação científica do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPI, receberá até o dia:

- 30/04/2009 colaborações que versem sobre “Políticas Educacionais, Diversidade Cultural e Violência na Escola”- (edição de jan./jun. 2009);
- 30/07/2009 colaborações que versem sobre “Saberes Docentes, Novas Linguagens na Educação e o Currículo” – (edição de jul./dez. 2009).

TCC sobre os cursos do Sebrae no Second Life

Rodrigo Gecelka da Silva vai apresentou seu TCC, no dia 29/06, 16:00, na Ilha do Empreendedor - espaço do SEBRAE no Second Life. Sua monografia é fruto do curso de Especialização em EaD da Universidade Católica de Brasília e se entitula:
Vivências, benefícios e limitações: registro sobre o uso do Second Life em uma experiência educacional.


Rodrigo disponibilizou no seu blog a apresentação que usou e o áudio da apresentação.

sábado, julho 18, 2009

Darwin na Bahia



Quem diria, ontem fui ouvir o tataraneto de um dos meus maiores ídolos na graduação, Charles Darwin. Randal Keynes está em uma longa jornada, revisitando alguns dos lugares por onde seu tataravô esteve, o que o traz para Salvador, integrando as atividades do projeto Darwin na Bahia.


(imagem: http://www.cienciaartemagia.ufba.br/darwinnabahia)


Quando Darwin chegou em Salvador e ficou encantado com a exuberante floresta, relatando que, a noite, a bordo do Beagle ancorado na baía(a uns 100 ou 200 metros da praia), ouvia o canto dos pássaros e dos grilos. Ele escreveu o seguinte:
“Ninguém seria capaz de imaginar nada tão belo quanto a antiga cidade da Bahia; ela fica docemente aconchegada num bosque exuberante de lindas árvores e, situando-se sobre uma colina íngreme, descortina as águas calmas da grande baía de Todos-os-Santos. As casas são brancas e altivas... Os conventos, os pórticos e os prédios públicos quebram a uniformidade das casas; a baía é repleta de grandes navios. Em suma, e o que mais se poderá dizer? Ela é uma das paisagens mais lindas dos Brasis... Creio que os afetos, assim como as coisas boas, florescem e aumentam nestas regiões tropicais... A convicção de estar andando pelo novo mundo ainda é espantosa a meus próprios olhos...”
O que o entristeceu foi a escravidão: escreveu em seu diário que não existiam raças superiores e que aquilo era abominável (quem diria, ele, que viu pela primeira vez um negro aos tempos em que fazia sua faculdade - ou tentava, pois as cirurgias lhe davam asco...)

Darwin aportou aqui no início de sua viagem, antes de partir para sua viagem de anos em lugares fantásticos, onde observou a vida, as relações entre os seres, os ambientes...
Ele voltou para cá novamente no final de sua viagem, para marcar a distância percorrida. Keynes leu o relato que ele havia escrito em seu diário: era uma mistura de nostalgia, felicidade e tristeza, um sentimento de quem havia descoberto muito e que provavelmente nunca voltaria a terras que haviam lhe encantado tanto.

Depois de voltar para a Inglaterra, com a ajuda de sua esposa e, depois, de sua filha, catalogou, organizou, analisou o material coletado durante toda a viagem. Uns dizem que não publicou sua teoria da evolução imediatamente por respeito a sua esposa, religiosa fervorosa. Mas, para seu tataraneto, ele esperava condições mais adequadas para isso. Muitos anos mais tarde, recebendo uma carta de Lamark, que compartilhava ideias semelhantes às suas, ele se viu obrigado a publicar seu livro "A Origem das Espécies". Keynes observou que, naquele instante, outras descobertas, aceitas pela sociedade, ajudavam a fundamentar sua tese, que, a esta altura do campeonato, era embasada em análises sólidas dos materiais coletados durante a viagem: eram duas condições que fariam sua tese ser melhor aceita pela sociedade da época.
Ah, um ponto ressaltado por Keynes ontem, foi que Lamark foi muito responsável pela publicação da teoria darvinista, por mostrar a Darwin que já era hora de publicar seu livro e, também, porque provavelmente Darwin encontrou ainda mais subsídios para sua tese no estudo desenvolvido por Lamark.
(quem diria, Darwin fez ctrl+c! claro, seus dados não eram exatamente originais ou inéditos, a grande sacada foi a análise que ele fez destes dados!)

Uma coisa que me fascina muito foi o método usado por Darwin: seu ponto fixo era o Beagle, onde ele tinha sua cabine e anotava tudo o que via no seu diário. Mas cada vez que saía, levava um caderninho para anotar cada detalhe, pois, dizia ele, que a memória era traiçoeira. Ou seja, o caderninho era o relato bruto, onde anotava as coisas assim como as via, nem sempre nas condições mais propicias para anotar ou desenhar qqer coisa. A noite, devolta ao barco, passava a limpo os relatos, pensava sobre o que via, analisava, comparava, fazia desenhos mais atidos às amostras que carregava para dentro do barco... Imagine o volume de informações produzidas até o final da viagem!
Pois ele não se perdeu em meio a tanta informação. Justamente pela sistematicidade de seus relatos, que não se bastavam em simplesmente escrever o que via: ele usava todas as linguagens que estavam a seu alcance para fazer seus registros, e os analisava ao final de cada dia.

Isto sim é uma aula de metodologia científica!

quinta-feira, julho 16, 2009

Valente - Web 2.0 e Second Life na Educação




Hoje eu participei da palestra do professor Carlos Valente, também autor do livro homônimo. Esta foi a segunda palestra de uma série... então teve coisas que foram comentadas que eu não sei ao certo o que é, como a "avaliação 360º" (???)
Valente começou falando sobre blogs, ou da utilização deles por professores. Uma pena que os professores foram tratados como seres totalmente apartados de tudo o que vem acontecendo na web, devendo incumbir aos alunos que já mantem blog ("alunos 2.0") fazer o "relato" de suas aulas e, solicitar que os outros então comentem neste blog. Poxa, temos dinâmicas tão mais interessantes desenvolvias por tantos professores!
Também me pareceu que a educação foi tratada como um setor do mercado que oferece serviços, alunos são clientes, e que cursos bons são os que tem boa valorização na bolsa de valores. E-learning também foi tratado como uma "ead 3.0": mas e-learning não é aquele conceito já utilizado a tanto tempo, em que estratégias presenciais e online se mesclam em um projeto de educação como um todo?
Outra coisa que me deixou um pouco desejosa foi quanto a abordagem do Second Life. Eu até mandei uma pergunta (que tinha uma primeira parte falando sobre blogs e uma pergunta sobre second life) mas o mediador deve ter achado ela longa demais (ou complexa, falando de coisas que será que ele conhece?) e resolveu ignorar a pergunta.
Bom, se você ficou curioso, pode ver a palestra no link abaixo

2ª VIDEOCONFERÊNCIA de APLICAÇÕES de NOVAS TECNOLOGIAS na EDUCAÇÃO from CARLOS VALENTE on Vimeo.

“ Construindo a ciência: elaboração crítica de projetos de pesquisa”


Muito interessante a proposta do livro “ Construindo a ciência: elaboração crítica de projetos de pesquisa”, organizado pelos professores Joseli Maria Silva (geógrafa), Edson Armando Silva (historiador), Ivan Jairo Junckes(cientista social). A obra, licenciada em Creative Commons, apresenta de forma muito leve os principais elementos que constituem a construção de projetos de investigação para construção científica. Os autores partem de dúvidas e problemas frequentes na construção de projetos, entre alunos que cursam as disciplinas de Metodologia Científica. Para tanto, abordam elementos epistemológicos da construção científica e etapas da elaboração de um projeto de pesquisa.

domingo, julho 12, 2009

Software Livre, Cultura Hacker e Ecossistema da Colaboração

Vale a pena dar uma olhadinha no livro Software Livre, Cultura Hacker e Ecossistema da Colaboração, que aborda o fenômeno social e as mudanças políticas relacionados ao software livre. Para tanto, é composto por uma coletânea de artigos elaborados a partir de estudos acadêmicos de diversas áreas das ciências humanas, que foram desenvolvidos em diferentes universidades e centros de pesquisa do Brasil. É organizado por Anderson Fernandes de Alencar, Murilo Bansi Machado, Rafael Evangelista, Sergio Amadeu da Silveira, Vicente Macedo de Aguiar, e o livro é licenciado em Creative Commons (Atribuição-Compartilhamento).

Começa com aquela citação já bem conhecida, mas que traduz bem a idéia de que conhecimentos compartilhados aumentam o repertório coletivo:
Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã, e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma idéia, e nós trocamos essas idéias, então cada um de nós terá duas idéias
George Bernard Shaw
(o que explica a capa do livro)

Ao longo das 272 páginas do livro os leitores encontram textos que desenvolvem temáticas como: a gênese dos fenômenos dos softwares livres, as dinâmicas de algumas comunidades que desenvolvem softwares livres, produção colaborativa, política e linguagem nos debates sobre software livre, como as tecnologias aparecem nas obras de Álvaro Pinto e Paulo Freire, cultura hacker e propriedade imaterial.

O livro Software Livre, Cultura Hacker e Ecossistema da Colaboração pode ser encontrado no site
http://softwarelivre.org/livro
que também traz onde encontrar a versão impressa, além de abrigar diversas comunidades de discussão do livro.


Vamos ver se daqui a alguns dias eu posto uma resenha mais "recheada"...

sábado, julho 11, 2009

mini-curso sobre o Second Life

(divulgando)
Vejam a atividade que acontecerá no VI Congresso Internacional de Educação:

Este mini-curso será totalmente a distancia no Second Life e tem como objetivo, mostrar os principais recursos do software, permitindo que todos que se inscreveram nesta modalidade e vão participar do congresso a distância (conhecedores ou não deste tipo de tecnologia), possam participar com facilidade do evento.

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Datas e horários disponíveis:

09/08/2009 - das 18:00 as 20:00
11/08/2009 - das 14:00 as 16:00
13/08/2009 - das 16:00 as 18:00


O mini-curso será o mesmo nos 3 dias, podendo o congressista participar todas as vezes ou em uma somente. Na primeira hora, o curso trabalhará os conhecimentos básicos . Em seguida, na segunda hora, será o tempo que os congressistas, que possuem trabalhos a apresentar, terão de conhecer as formas de apresentação de trabalhos. Em anexo a este mail, é possível fazer o download de um tutorial com todas as informações básicas do que é necessário e como fazer para utilizar o Second Life.

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Local : Ilha Unisinos

Endereço no Second Life : http://slurl.com/secondlife/Ilha%20UNISINOS/123/137/27

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Independente destes horários, dúvidas poderão ser tiradas através do e-mail vi.cie.unisinos@gmail.com, ou ainda na própria ilha. Durante o congresso, uma equipe estará disponível para resolver quaisquer problemas técnicos que possam surgir. Mas lembrem-se, tirem as suas dúvidas antes, no tempo que está disponível, para evitar dificuldades que possam surgir durante do evento.

sexta-feira, maio 22, 2009

com licença, quero comentar mais fácil...

Bom, eu iniciaria este post indicando a leitura de um texto que usou falas de Nelson Pretto, publicada no dia 20/05 no Le Monde Diplomatique Brasil. O texto foi produzido por alunos da Faculdade de Comunicação da UFBA, e aborda temas como o acesso à informação, as licenças de softwares, as formas de produção dos softwares livres.

No início da leitura eu faria apenas ressalvas... Mas, assim como lia, fui vendo que, mais do que "deslizes", tratavam-se de sérios erros conceituais. Fico feliz cada vez que este assunto ganha visibilidade e entra no debate (até para podermos comentar e reconstruir), mas gostaria que todos lessem o texto com atenção.

Seguem então as ressalvas...

- os autores fazem menção aos softwares livres como sendo os quais é possível usar "sem pagar nada". Mas a questão não é exatamente essa... a questão gira sim, em torno da abertura do código, o que permite a rápida difusão dos produtos, a possibilidade de atualizações por qualquer pessoa interessada, de qualquer lugar, contribuindo para uma rede distribuída de desenvolvimento, construíndo desenvolvimento onde antes restava apenas consumir produtos fechados de grandes empresas...

- outro ponto crítico é quando os autores comparam um conhecido sistema operacional proprietário de código fechado com Linux, ingenuamente usado como sinônimo de "software livre". Os autores colocam que tal sistema proprietário apresenta uma "interface amigável", enquanto que "já o Linux, à primeira vista, parece coisa de outro planeta. O usuário comum, acostumado com a interface do Windows e sem conhecimentos aprofundados de informática, demora a habituar-se ao Linux". Não sei exatamente em que os autores se fundamentaram, mas o que temos notado é que, para o usuário que não tem familiaridade com nenhum sistema operacional, a familiarização com os sistemas livres é mais rápida do que com os proprietários... por que? pelo simples fato de que são inúmeras pessoas trabalhando nos softwares livres não só para deixá-los mais bonitinhos, mas para deixá-los mais acessíveis (como um cego consegue usar o windows?), mais leves e utilitários.

- no nosso grupo de pesquisa estamos com uma discussão sobre o termo "usuário", que vem de uma lógica proprietária de que, quem manuseia um computador está simplesmente "usando" um software pronto e acabado, fechado. Porém, com os softwares livres e também com todo esse modo de criação/produção, meio que viral, que tem se difundido (proliferado?) em redes pela web, notamos que estas pessoas, muito mais do que "usar", compartilham, produzem, enviam, transformam, criam os produtos e a própria rede. Alguns autores, como Alex Primo em seu livro Interação Mediada por Computador (Sulina, 2007), propoem outras nomenclaturas, como o interator. Assim, se é ingênuo chamar este sujeito de "usuário", pior ainda é fazer como os autores, que nivelam mais por baixo ainda: "Pensando justamente nesse tipo de consumidor, foi desenvolvido o Ubuntu - Linux for human beings" (grifo meu). Consumidor??? O mais interessante é que logo na sequência aparece uma fala de Nelson, justamente criticando tal ideia: "processo educacional tem que formar um cidadão para que ele seja autor, produtor de conhecimento e de culturas e não só um consumidor de informações" (Pretto, da entrevista)

- em certa hora, já convencida de que os autores da matéria não utilizam qualquer software livre, comecei a me perguntar se estes alunos sequer ouviram o entrevistado ou pensaram no que ele falou... Por exemplo, na sequência, pretendendo mostrar um pouco da expressividade dos softwares livres, os autores apresentam alguns dados de que grandes empresas utilizam estes softwares (será que o objetivo é só andar a contento de grandes empresas?) e que "Salvador, embora ainda não possua filiais de grandes empresas de produção de SL, é referência no desenvolvimento" de software livre (grifo meu). Pois veja bem, se a grande sacada dos códigos abertos é possibilitar um sistema distribuído de produção e não deixar toda a população a mercê de grandes empresas, faz sentido usar este parâmetro para dizer que Salvador também se destaca neste meio? Sim, Salvador se destaca, dentro de um sistema nacional e mundial de produção em rede, com desenvolvedores que tem se empenhado na busca de soluções colaborativas, mas será que isto deve estar atrelado a alguma "filial" de uma "grande empresa"? Repare que, colocando desta forma, parece que desevolvido é quem tem uma "filial" sucumbida aos interesses de multinacionais. Os autores nem pensam na possibilidade de criação de empresas locais, ou, porque não pensar em um meio de produção economicamente mais justo, como as cooperativas (vale a pena ver o exemplo da COLIVRE). Sim, tudo bem, mais afrente, no referido texto, aparecem outras opções, inclusive citam a própria Colivre, mas que "apostam no uso do SL, seja buscando benefícios financeiros ou por ideologia" (grifo meu). Será que, esta "aposta" é, ou por puro benefício financeiro, ou, contrário aos benefícios que um sistema economicamente viável pode proporcionar, por pura "ideologia"? Ou será que nossas ideologias permeiam todas as nossas decisões, inclusive onde vamos empenhar nossos esforços?

- é, inclusive, impressionante como se apropriam das palavras de uma integrante da cooperativa, chegando a seguinte conclusão:"O caso parece simples: as tecnologias desenvolvidas próximas à comunidade possibilitam o retorno mais rápido do capital investido para a própria comunidade." Não acredito que todos os princípios da Economia Solidária tenham sido resumidos a comprar e vender na porta de casa... Talvez seja interessante conhecer a proposta de economia solidária desenvolvida dentro da própria Universidade de tais alunos, a Ufba, como no PSL-BA (que não é um partido, aos que distorcem o que é falado...) ou o BanSol.

- uma ressalva: TWiki não é sistema de comunicação! Quem quiser saber mais sobre o assunto, pode consultar a tantas fontes disponíveis, dentre elas um artiguinho que publicamos recentemente... (TWiki e autoria colaborativa na web2.0: O GEC, seus sujeitos, produtos e processos) [em breve trarei o artigo completo aqui]

- mas o mais inquietante ainda estava por vir: "Em Salvador, o movimento Software Livre cresce quase que escondido, em meio ao frenesi pelos pseudo-super-novos Softwares Proprietários que economizam seu tempo, ou seja, pela sempre nova (e cara!) solução dos seus problemas. A grande sacada é sempre a da multinacional, que pensa de maneira organizada e inteligente na inserção dos seus produtos no mercado." (grifos meus)
Quase que escondido??? Talvez seja interessante que os autores, na semana que está chegando, deem uma passadinha no Free Software Bahia e no III Encontro Nordestino de Software Livre & IV Festival Software Livre da Bahia, que já conta com mais de mil inscritos... ou, para não acharem que é bairrismo, poderiam dar uma passadinha no Fórum Internacional de Softwate Livre (fisl10), que será realizado entre os dias 24 e 27 de junho, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre (RS), e que já conta com 4 mil inscritos (ver matéria na revista A Rede).
A grande sacada é sempre da multinacional? Será que uma única empresa, mesmo que grande, pode ter sacadas mais inteligentes do que uma rede mundial de desenvolvimento? Será que a forma mais organizada e inteligente de pensar é realmente da multinacional?


Bom, assim como falei no início, fico feliz por ver que o tema reverbera escritas... mas é lamentável que isto ocorra com tantos equívocos. Depois de ler este texto, recomendo sua leitura sim, mas é para que possamos utilizá-lo para discutir o que pulula nas ideias de alguns sujeitos.
E a grande questão das licenças, abordada no título, onde foi parar? e a produção coletiva, em rede e distribuída, cujas ações contrárias são criticadas logo no início do texto?
pois bem, com licenças mais flexíveis eu posso comentar (e produzir, e criar, e reconstruir, e editar...) mais fácil... é necessário pensar em um mundo onde, além de consumir, todos possam participar efetivamente em sua construção (isto era a cidadania que Nelson falava, não é?)


veja o texto original:

Com Licença, sim?

A disputa entre aqueles que defendem o uso dos softwares livres e dos que utilizam o softwares proprietários não envolve apenas questões tecnológicas. A escolha do usuário tem efeitos na política, na economia e no desenvolvimento sustentável de um país como o Brasil

veja a "entrevista" completa

quinta-feira, maio 21, 2009

muros e janelas da escola

seguindo na linha das postagens sobre arquitetura e educação, gostaria de citar esta frase que Jarbas achou no blog do Mario:


“A PASSAGEM DA “SOCIEDADE DO CONHECIMENTO” PARA UMA “SOCIEDADE DE CONHECEDORES” VAI ACONTECER NA HORA EM QUE AS ESCOLAS DEIXAREM DE ERIGIR MUROS E COMEÇAREM A ABRIR JANELAS.
(tradução de Jarbas)


A escola, aquela com muros e grades, modelos rigidamente estabelecidos, de fato, não contribui para o senso criativo, para a vontade de conhecer o mundo que vai além de seus muros.
Nesta semana eu estava relendo um texto do Coletivo NTC (grupo de Marcondes Filho), "o ser enquanto modo de existir ou modo de estar" e "movimento de cristalização do ser", do livro Pensar Pulsar. Ali pude relembrar que o homem, no seu estar-no-mundo, não é o centro, nem tampouco consegue fixar centralidades, pois é um dos tantos componentes em interação com uma vasta rede de determinações e relativizações, uma categoria móvel, flexível, oscilante, liberto de essencialismos (pp27). As certezas e os modelos seriam então formalizações, consolidações, cristalizações... que impedem as constantes oscilações e transformações do ser.
Dessa forma
A cristalização é um momento de morte do ser enquanto modo de existir; é o fim das pulsações, o derradeiro ponto de parada do motor que alimenta este próprio modo de existir. Não se nega que daí para frente esse corpo morto continue a se transformar, se decompondo, se transformando, tornando-se outra matéria. Essas mudanças, contudo, não partem de um movimento interndo do ser, que define sua própria existência, mas por ação de agentes outros, num processo de mudança por decomposição, no qual o estado de existir não é mais nucleado por um pulsar orgânico originário e organizador de si mesmo. (pp 29)

Se pensarmos dessa forma, à escola cristalizada só resta decompor-se... Mas quem sabe, depois de decompor-se (quebrar suas partículas em estruturas menores e não tão rígidas), surja novamente a vida necessária para quebrar seus muros e abrir janelas, portas, brechas... ou, quem sabe, articular-se mais organicamente com a sociedade como um todo, com todos os seus espaços (todos de ensino e aprendizagem).


Claro que este é meu olhar sobre esta instituição, mesclada com a lente de uma leitura.
Reconhecer que o objeto de observação é tal em função das própria práticas de observação é um grande passo em direção à dissolução de entidades estáveis, em direção a uma relativização que coloca o modo de estar como fundamento determinante.
Ou seja, eu, enquanto modo de estar, também estou em constante reconstrução, assim como transformo (ou contribuo com sua formação tal como está) todas as estruturas por onde transito (inclusive a escola). O olhar, representado pela escrita de sensações (simulação de uma realidade?), seria então uma pequena cristalização, uma consolidação provisória e, enquanto questionar as estruturas, estará em suspensão.

quarta-feira, abril 22, 2009

Além das massas


O RIPE (Rede de Intercâmbio de Produções Educativas), um projeto do Grupo de Pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias (do qual sou membro), esta concorrendo ao Festival Bibliofilmes, com o filme "Além das massas" na categoria vídeo de uma crítica/recomendação a um livro. A votação popular começou no dia 18 no sítio http://www.bibliofilmes.com, e encerrará às 17 horas do dia 23.



Estou contando com seu voto!

quinta-feira, abril 09, 2009

Lablogatórios agora é ScienceBlogs!

A antiga rede de blogs sobre ciência - Lablogatórios - faz parte agora do grupo internacional ScienceBlogs.

http://scienceblogs .com.br/

terça-feira, abril 07, 2009

web semântica

Ano passado tive a grata oportunidade de ouvir Pierre Lévy em uma palestra, em que ele retomava alguns de seus conceitos clássicos, além de apontar as principais características da atual web, bem como os próximos desafios em seu desenvolvimento. Quando a web começou a ser representativa, ela se destacava por ser uma imensa enciclopédia, como o próprio Lévy (1999) já destacou. Alguns sujeitos planejavam e publicavam conteúdo, que era disponibilizado por meio de grandes sevidores... o que modificava um pouco os centros produtores e o tempo de produção de conteúdo/informação, afinal, publicar na web era um pouco mais rápido do que publicar um livro, por exemplo.
Mas, com o passar do tempo, com algumas demandas apresentadas pela sociedade e o desenvolvimento de algumas soluções tecnológicas (nem estas mais produzidas apenas em centros de tecnologia), a produção de conteúdo mudou ainda mais. Hoje qualquer sujeito com acesso a internet publica nela o que quiser. Lembro que no primeiro livro que li e Lévy, ele colocava um exemplo de um amigo que procurava outra pessoa e, através de um extenso caminho percorrido em diversos sites, tiveram algumas pistas que os levaram a encontrar tal pessoa. Que diferença... hoje a maioria dos meus amigos, amigos dos meus amigos, conhecidos distantes, todos estão a distância de dois ou três cliques! E não são apenas algumas pequenas pistas: são suas vidas inteiras e comentadas (que o digam meus colegas de academia com seus lattes, o "orkut acadêmico"), suas redes de amizades e comunidades as mais diversas, seus blogs, twitters, blogs dos amigos que remetem para eles através de feeds... enfim se a algum tempo eu poderia ter algumas pistas de uma ou outra pessoa, hoje uma legião enorme de pessoas constrói seus próprios passos na/com a web.
Isto transformou, inclusive os modelos de negócios, pois, mais do que nunca, é muito vantajoso saber os hábitos dos meus potenciais clientes (inlusive identificá-los neste "mar de gente"). Por exemplo, o google (AdWords) promete deixar o produto de qualquer empresa a dois ou três cliques de todos os seus clientes em potencial, que, por sua vez, vão recheando um imenso banco de dados.
A produção cultural também tem alterações significativas, principalmente por, além de consumirmos informações, também podermos produzir tantas outras com a cara da nossa cultura local, com visibilidade global, não apenas em texto, mas em qualquer linguagem a qualquer momento (principalmente com os editores online - a web como plataforma - que agilizam imensamente as trocas de informações e sua publicação, bem como potencializam as produções colaborativas entre sujeitos nos mais diversos cantos do mundo).
Com tanta informação era previsível que alguns problemas viriam à tona, como, por exemplo, a recuperação delas: como encontrar uma informação no meio de tantas? A classificação dos conteúdos por palavras chave/tags contribui para a indexação, mas ainda não dá conta da problemática. Pelo princípio da folksonomia, cada sujeito pode classificar os conteúdos que publica, agregando seu banco de dados a inúmeros outros criados por outras pessoas. Mas como fazer estes bancos de dados se comunicarem?
Nisto surge a web semântica, apontada por Lévy (naquela palestra) como o grande desafio para a web atual, chamada por alguns de web 2.0. Se cada pessoa tem a possibilidade de classificar seu conteúdo, ela vai fazê-lo guiada por seu quadro semântico-cultural (como ela entende o conteúdo e como se expressa para designar-lhe palavras-chave ou tags) e é daí que surgem os problemas: como criar um sistema que reconheça como semelhantes palavras nas mais diversas línguas, em plural/singular, expressões, sinônimos, palavras iguais com significados diferentes, neologismos, eventuais palavras escritas de forma incorreta, que consiga ser atualizado tão rápido quanto são criadas as tags e suas relações... A solução seria criar uma web que "entendesse" seu próprio conteúdo, sendo que ela própria o classificaria. É deste desafio que se ocupa a web semântica. Um exemplo disso é o grupo do próprio Lévy, IEML (Information economy meta language).

Nesta semana, eu e uma amiga, discutindo sobre este tema, encontramos um texto muito elucidativo de Sérgio Amadeu da Silveira(O que é web semântica?), do qual tiramos algumas conclusões (3):
1. a web não faz parte de nossas vidas apenas para acessar, mas nos comunicamos e criamos conteúdo, o que deve ser facilmente recuperado por quem criou ou qualquer outra pessoa
2. isso chama a atenção para os sistemas de indexação, pois os bancos de dados tradicionais não dão conta da complexidade e diversidade desta nova rede que emerge de tanta produção e criatividade individual e de novos coletivos (existe um novo conceito: os metadados, a web precisa "entender" a si mesma)
3. o tem tem demandado maiores esforços é na solução tecnológica que da conta da nova (e sempre em renovação) semântica da web: como fazer com que máquinas entendam o que as pessoas (com todas as singularidades da linguagem pelo mundo) escrevem, falam, desenham, filmam..., de forma que seja facilmente recuperável por quem criou ou qualquer outro



Disto tudo ficamos com algumas dúvidas, como isso muda o processo de produção, disponibilização e busca de conteúdos? Isto altera a estrutura da rede? Altera a educação? Eu penso que sim, mas precisamos aprofundar mais. Por isso nosso próximo passo vai ser no sentido de entender um pouco mais as alterações provocadas pela web na própria web (ou pelas pessoas e seus processos através da web), bem como traçar paralelos com nossos processos investigatórios.

Para quem quiser saber mais sobre web semântica, seguem alguns testículos:
SILVEIRA, Sérgio Amadeu da.O que é web semântica?. Revista ARede, Edição nº14 - maio/2006
W3C. Consórcio para o desenvolvimento da World Wide Web.

Qual o sentido da web? Revista ComCiência.
Tim Berners-Lee. Semantic Web Road map
A web inteligente - Blog da Tati
A web semântica é uma extensão da web tradicional
Entrevista com Pierre Levy e Rogério da Costa
Pierre Lévy: Nós em nós todos
Entrevista com Lévy p Estadão
Relato de uma experiência
Comentários sobre a entrevista com Ted Nelson no Roda Viva; ou, um visionário em busca de um software.
Cartografia da Web: um sistema de coordenadas proposto por Pierre Lévy

quarta-feira, abril 01, 2009

Para entender a Internet

hum, interessante
Para entender a Internet [livro em pdf aqui]
Eu já tinha visto esse livro em algum lugar, mas agora, pela indicação da Raquel, estartou algumas coisinhas...
O livro, além de trazer conceitos interessantíssimos, está inserido em uma proposta muito bacana: tudo que vem nesta versão estática do livro (porém beta) serve para que os leitores interfiram em tudo o que está ali, através do site, comentando, divulgando e remixando...

Bom, entrando na proposta, vou ajudar a "viralizar" a idéia e prometo que, em breve, trago novos posts sobre o assunto.

Para Entender a Internet

divulgando... III Encontro Nordestino de Software Livre e IV Festival de Software Livre da Bahia

Eu não poderia deixar de colaborar com esta iniciativa dos nossos parceiros.
É fundamental que, quem puder, participe: são boas discussões para renovar nossas práticas!
Banner Web III ENSL e IV Festival SL

quarta-feira, março 25, 2009

Steven Pinker: do que é feito o pensamento?


Ontem a noite, no Fronteiras do Pensamento, tivemos a oportunidade de ouvir o psicólogo e linguista canadense Steven Pinker, autor de livros como Do que é feito o pensamento, Como a mente funciona, Tábula Rasa e O instituto do pensamento.








Para ele, nossa mente e a forma como pensamos é o resultado de uma combinação genética e de influências ambientais.
Então o pensamento seria hereditário? Se fosse simples assim, gêmeos univitelinos (que são como clones) pensariam exatamente da mesma forma. Segundo Pinker, não pensam exatamente da mesma forma, mas compartilham muitas características morfo-fisiológicas do cérebro, muito mais do que pessoas sem parentesco. Isso pode ser notado, por exemplo, em gêmeos univitelinos que nunca se viram mas que apresentam aspectos comportamentais semelhantes.
Se considerarmos gêmeos que não possuem a mesma informação genética poderem ter outro exemplo disso: eles compartilham metade dos genes, enquanto que a outra metade se constitui da configuração aleatória de todos os outros do pai e da mãe, gerando um padrão diferente de qualquer um dos pais ou irmãos. Olhando o cérebro destes gêmeos (de acordo com as imagens trazidas pelo palestrante), a morfologia é mais parecida entre si do que de pessoas sem parentesco, e menos parecida entre si do que em gêmeos univitelinos.
Por outro lado, nem tudo o que pensamos e fazemos é "determinado" pela configuração genética. Mesmo que nossos genes nos deem um "código de funcionamento", suas partes são "ativadas" por estímulos ambientais. Ou seja, nossa cultura modela boa parte do nosso comportamento, independente da informação genética de cada indivíduo. Isto explicaria por que a idéia de comer minhocas ou gafanhotos provoca asco entre os ocidentais e não entre os orientais.

Ah, mas se fosse simples assim nem teria graça. Não é assim simples porque não existe nenhum padrão determinado para este esquema de funcionamento do cérebro e consequentes influências no comportamento humano e social. Porque do cérebro de cada indivíduo e da interação social entre eles, surgem padrões emergentes de pensamento e comportamento, o que é praticamente impossível de prever.

Por exemplo: indivíduos violentos que foram espancados pelos pais quando criança, são violentos por um fator genético ou pelos fatores a que foi exposto na infância? A princípio não sabemos. Pois os pais, para espancar seus filhos, também foram violentos, o que indica um forte traço genético. Mas o espancamento na infância "ensina" um padrão de comportamento, modelado pelo ambiente. Então, como tirar a dúvida? Analisar crianças adotivas espancadas? talvez...

Mas o que fica é que nosso cérebro trabalha com ilusões: ele faz uma leitura de mundo através de nossos olhos e o restante dos sentidos, lê isso de acordo com padrões genéticos e ambientais, alucina uma realidade (que o faz crer que é o real) e, de acordo com esta realidade construída (única em cada sujeito) responde com o comportamento humano.
Ou seja:
- nem tudo o que vemos existe
- o que vemos (ou a leitura do que vemos) não é igual entre os indivíduos
- tudo o que vivemos até hoje nos faz ter uma leitura específica do mundo
Ou seja, viveríamos em uma constante simulação de mundo?

terça-feira, março 24, 2009

As características visuais do avatar e a identificação encarnada em games massivos

Vale a pena ver:
As características visuais do avatar e a identificação encarnada em games massivos
Escrito por Ana Paula Narciso Severo


Ana Paula aborda, neste artigo, alguns elementos da construção do avatar como reflexo de elementos simbólicos e da identidade do sujeito que o constrói.
Parei para pensar (e tenho que pensar mais) sobre a relação que autora faz entre os conceitos real/virtual/online. A autora coloca que "Nele iremos compartilhar um mundo inteiramente virtual, mas existente, com outros corpos também já encarnados por outros jogadores".
Primeiro achei que tínhamos uma pequena confusão, mas depois comecei a ver que faz sentido

Destaco esta passagem sobre a construção dos avatares:

Quando vamos criar o nosso avatar, todos os objetos, habilidades e aparência devem estar ligados simbolicamente de modo a reforçar, tanto a identidade a que queremos construir, como a idéia da associação do personagem a o que ele faz, como se comporta ou que habilidades possui. Tudo isso deve estar intrinsecamente relacionado fazendo com que possamos incorporar a identidade do avatar nos referindo a ele como a nós mesmos. Além disso, ele deve estar possivelmente relacionado à nossa imagem mental inicial, a qual já nos idenficávamos antes. Essas características devem, portanto, nos surpreender e nos acrescentar estímulos além daqueles proporcionados pelos demais elementos do game, dando-nos possibilidades de superar nossas expectativas e imergir naquele mundo totalmente novo e pronto para receber nossos corpos idealizados.



Logo depois de ler isso, passando pelo Twitter de NP, encontro esta:
braço e mão doendo... doença moderna associada a esses trecos que usamos sem parar...


corpo obsoleto?

terça-feira, março 17, 2009

Os blogs na comunicação científica

Vale a pena ler o artigo Blogs se afirmam como meio de comunicação científica, que aponta casos de revistas e pesquisadores que utilizam os blogs como forma de promover o diálogo sobre as produções acadêmicas.
Destaco:

Muitos cientistas utilizam blogs de ciência para postar informação sobre seu trabalho e assim obter comentários de outros cientistas e também de pessoas fora do círculo usual de leitores. (...) Muitos cientistas, porém, ainda encaram o blog como uma distração pouco atraente do seu mundo real e acham que tem muito pouco a ganhar comentando seu trabalho com leigos ou especialistas em outras áreas.
Uma evidência de que o blog se afirma progressivamente como meio de comunicação científica é o fato de que alguns periódicos científicos renomados, com alto fator de impacto, adotaram nos seus websites o blog como meio formal para disseminar e promover discussões sobre trabalhos publicados na sua comunidade de leitores.

sexta-feira, março 13, 2009

Resumo da dissertação publicado na Revista Faeeba

Nesta semana foi lançado mais um número da Revista Faeeba:
vol. 17, nº. 30, JUL/DEZ, 2008
Aí foi publicado o resumo da minha dissertação:

RESUMOS DE DISSERTAÇÕES
2 3 3 HALMANN, Adriane Lizbehd. Reflexão entre professores em blogs: aspectos e
possibilidades
. FACED/UFBA, 2006.
Ele pode ser acessado através da revista, clicando no link acima e também passará a fazer parte do gadget a direita. Boa leitura!

Virtual World Best Practices in Education (VWBPE)



O Virtual World Best Practices in Education (VWBPE) acontecerá nos dias 27 a 29 de março, no SL.
Para participar é necessário realizar o registro. Também vale a pena ver a entrevista com Phelan Corrimal, um dos organizadores do evento.
Estaremos lá!
E depois trago para cá algumas pitadinhas...

Your Eventbrite Order Number is: 294497851-3932263

Your order is complete and your information has been recorded.

terça-feira, março 10, 2009

corpos mutantes - quem somos?

esta foi uma provocação que deixei lá no blog de Sule, quando ela aborda Corpo, arte e tecnologias, e trago para cá para alongar a conversa.

Ela, citando o texto de Edvaldo Couto e Silvana Vilodre Goellner, Bioarte - Estéticas de corpos mutantes, comenta as sensações de angústia e até uma certa repulsa que teve ao ver as "obras de arte" de Orlan. Eu tb tenho dúvidas sobre a beleza da arte de Orlan... mas uma coisa eu tenho certeza: ela consegue mecher com qualquer um!

e eu fico me perguntando: se nosso corpo faz parte de nossa identidade, como esta muda de "cutucarmos" ele? Ou será que nosso corpo é apenas uma barreira física que carregamos junto de tudo o resto que somos? Se não tivéssemos esta "barreira física" conseguiríamos expressarmos melhor quem nós somos? e será que somos uma coisa só???

sexta-feira, março 06, 2009

SLACTIONS 2009 também prorroga prazo para trabalhos

se você perdeu o prazo para enviar trabalho para o SLACTIONS 2009 , aproveite que o prazo foi prorrogado. A Unisinos e a PUC/SP já confirmaram presença!

SLACTIONS 2009 - call for papers

Seminário Criatividade e Inovação na Escola - Contributo das TIC

divulgando: vai ser transmitido pela web e já tem material das conferências no moodle deles:

Seminário Criatividade e Inovação na Escola - Contributo das TIC

7 de Março de 2009

Auditório da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação

da Universidade de Lisboa

Programa

09.30

Recepção

10.00

Sessão de abertura

António Bob Santos, em representação do Coordenador Nacional do Ano Europeu da Criatividade e Inovação e do Plano Tecnológico

Teresa Evaristo, Subdirectora-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular

Maria João Conde, Presidente da Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade

10.30

Creative Learning and New Technology

Avril Loveless, University of Brighton, School of Education, Education Research Centre

11.30

Intervalo

11.45

Experiências criativas de introdução das TIC em contexto escolar

Apresentações “digital post” de professores dos Ensinos Básico e Secundário

12.45

Almoço

14.00

E como pensam e avaliam os professores a criatividade?

Fátima Morais, Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia

Ivete Azevedo, Escola Secundária de Rio Tinto

15.00

Experiências criativas de introdução das TIC em contexto escolar

Apresentações “digital post” de professores dos Ensinos Básico e Secundário

16.00

Sessão de encerramento

Luisa Ucha, Directora de Serviços de Desenvolvimento Curricular / Coordenadora do Projecto Escola-Móvel

José Victor Pedroso, Coordenador da Equipa RTE/PTE - Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular

João Conde, Coordenador da Comunidade e-Create - Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade

Paulo Fallen, Vice-Presidente da Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade







Vídeo Difusão

O seminário vai ser transmitido, via Internet, por vídeo difusão no seguinte endereço:

http://videodifusao.crie.min-edu.pt

Se não pode estar presente, assista ao seminário por esta via.

quinta-feira, março 05, 2009

Para o dono do universo, Second Life é onde tudo é possíel!

Sim, Second Life, onde tudo é possível! é o título de uma palestra de Philip Rosedale, intitulado em uma matéria da revista Época do ano passado como "o dono no universo" (ou seria do metaverso?)
Ele enfatiza a aprendizagem pela manipulação, simulação e criação, além da importância da possibilidade da criação de coisas que não seriam possíveis no mundo real (imaginário?). Bom, lá vai mais uma questão para a pesquisa: qual o papel do imaginário na aprendizagem? ou, de que forma a criação de coisas, fenômenos e processos com outros limites, que dependem mais de sua criatividade do que propriamente da física ou da resistência dos materiais, interferem na aprendizagem das ciências? ou, o conteúdo digital passaria a ser o estímulo ao sujeito exercitar sua criatividade?

bom, por enquanto fica a indicação da palestra... e a promessa de que, em breve, trarei uma postagem sobre o metaverso como um espaço de laboratório!



(indicação de Carlos Santos, no blog na Praia)

quarta-feira, março 04, 2009

Second Life e crise econômica

A crise econômica mundial tem afetado o Second Life?

A um tempo atrás, na época do lançamento do Lively, eu publiquei um post perguntando Será o fim da Linden? pois veja só: a google fechou o Lively (Google muda para se adaptar a crise), enquanto o Second Life tem registrado aumento de acesso (as pessoas tem mais tempo para empenhar no metaverso), apesar de notarmos uma pequena diminuição (em torno de 1 ou 2%) dos fluxos e a variação da cotação da moeda (se o dólar aumenta, a cotação em reais cai, ou seja, o real está comprando menos lindens). Outra consequência da diminuição dos fluxos de dinheiro é o cancelamento de serviços, fechamento de empresas e menor publicidade.
Veja a entrevista com um dos fundadores do Second Life e matérias relacionadas:






Linden BR - A crise Econômica Mundial e o Second Life
O Metaverso - Decadência no Second Life - o fim está chegando?
Joystiq - Reuters fecha ilha
Second Life, cadê essa merda?

Blog na prática de ensino

Deixo aqui uma indicação de blog para visita: Aprendizagem em Conexão
Este blog é mantido pela nossa colega Socorro Cabral, que fez do Mestrado em Educação aqui Ufba e participou do GEC neste período. Socorro vem utilizando este blog para registrar a itinerância da disciplina Práticas Pedagógicas no Ensino Fundamental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Semestre novo, atividade nova denovo: vale a pena ver o encaminhamento para o uso dos blogs no estágio docente orientado.

segunda-feira, março 02, 2009

SBC e Anped tem inscrições prorrogadas

Dois eventos importantes da área aumentaram o tempo para envio de trabalhos:
Congresso da Sociedade Brasileira de Computação/WIE - XV Workshop Sobre Informática na Escola - submissão de trabalhos até 31/03/2009
ANPED - Congresso da Associação Nacional Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - submissão de trabalhos até 18 de março

Além destes, também temos o EPENN (Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste – Educação, Direitos Humanos e Inclusão Social)

domingo, março 01, 2009

Formação de professores: deve ser permanente, mas o que DEVE fazer parte da formação inicial?

Hoje, lendo uma postagem (Aprender a aprender) do Robson no Caldeirão de Idéias, lembrei de um ponto de uma prova que fiz a algum tempo, que versava sobre Formação de Professores de Ciências.

Achei a charge muito pertinente com a discussão sobre a formação de professores: vivemos em uma sociedade onde O "pacote" institucionalizado pelas Universidades como a Formação Inicial dos professores, não dá conta de todas as necessidades formativas que este sujeito encontrará em sua prática pedagógica. Provavelmente NENHUM "PACOTE" dará conta disso. Então ressurge uma questão antiga: se ela (por si só) não é suficiente, por que é necessária? ou melhor, qual a função da formação inicial para os professores? ou ainda, desmembrando esta questão, o que deve ser contemplado nesta formação inicial?
Um olhar um pouco desatento diria: sem dúvida, hoje o importante é aprender a aprender, pois esta competência dará autonomia para o sujeito tomar decisões fundamentadas em sua prática.
Hoje eu já mudaria a resposta: sem dúvida, uma das coisas que o professor deve sempre ter em mente é que nenhum pacote pronto de informações lhe dará subsídios suficientes para enfrentar fundamentadamente todas as situações de sua prática, sendo necessário que o professor seja investigador, reflexivo e que saiba "aprender a aprender" (o que, por si só, não é nada fácil, veja na postagem do Caldeirão de Idéias). Mas mesmo assim, continuamos com o "pacote" da formação inicial e, pelo que eu acredito, esta deveria dar os subsídios para os primeiros passos na prática pedagógica. Mas quais subsídios são estes quando está cada vez mais incerto o terreno onde o professor dará seus passos?
Esta é uma questão que merece maior discussão (assim como muitos tem feito). E você, o que pensa sobre isso?

mais sobre arquitetura e educação

Seguindo a linha sobre arquitetura e educação, vale a pena conferir a postagem de Miriam , relatando sobre as aulas de ciências que dava no pátio da escola. Interessantes também são os comentários: da aula de ciências na horta todos lembram, mas os gritos entre tapumes e cimentos todos querem esquecer.

Ensino de Ciências: educação ambiental

Professores de Ciências: estão fazendo o planejamento do ano? lembraram da Educação Ambiental?
Sobre isto vale a pena ver o post de Vanessa sobre Educação Ambiental.

Grupo Blogs Educativos: produções e selo

Com muito orgulho faço parte do grupo Blogs Educativos, desde seu comecinho, lá em 2004. Nestes anos o grupo cresceu e gerou muitos frutos, dentre eles a minha dissertação (que vc pode baixar neste link ou no gadget ao lado) e, agora, a revista do grupo, gerada a partir do evento que aconteceu ano passado e onde eu e minha orientadora fizemos uma palestra (Reflexão entre Professores em Blogs: passos para novas educações).

Infelizmente o selo do grupo vem sendo usado indiscriminadamente por uma série de pessoas, que nunca contribuiram em nada para o grupo, como se fosse um meme... Vale a pena ler o alerta que Fátima faz no blog Tecnologias na Educação.





terça-feira, fevereiro 17, 2009

imersão em outros contextos...

olá

para quem me acompanha:

depois de um período em que eu estive em uma "imersão", estudando coisas que adoro (veja as postagens dos últimos dias...), vou migrar para outro contexto, passando uns 10 dias sem conexão (será que eu aguento???)

na volta pretendo retornar aos mesmos estudos, além de trazer algumas leituras prontas, aguarde!

até a volta!

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Entrevista com Alex Primo: nossos alunos tem um perfil diferente de anos atrás

No Blog de Alex Primo ou no próprio Jornal Zero Hora (que publicou a entrevista ontem, 12/02/09), pode-se ler a entrevista que reproduzo logo abaixo.
Apesar de Primo não ter dito isso, o jornal chegou a conclusão que nossos alunos não tem mas capacidade de concentração para sentar e ouvir.
Me parece que o que é posto em questão, no atual contexto, é o que se espera de uma aula: uma palestra? o despejo de um volume enorme de informação? se fosse isso, aí faria sentido esperar que o aluno ficasse horas sentado e ouvindo.
Mas, como vários autores já nos fizeram entender, o processo de aprendizagem é um processo ativo, sendo que para o qual o aluno deve ser considerado como um sujeito ativo. A aprendizagem, quando significativa, não é um processo passivo.
Me admira que, em tempos onde todos fazem várias coisas ao mesmo tempo, quando os fluxos (de informação, dos negócios, ...) são cada vez em maior volume e mais rápidos, quando dependemos mais do desenvolvimento tecnológico do que dos nossos próprios genes para nossa sobrevivência, quando o livre acesso a informação alavanca a produção descentralizada de produtos informacionais, me admira que um jornal conceituado como este ainda reproduza com espanto a afirmação: "alunos não querem sentar e ouvir"!!!

Neste quadro chegamos nos conteúdos, que refletem a concepção de educação que temos, o que acreditamos como o papel do professor, o que esperamos dos alunos. Mesmo os conteúdos digitais, ditos como "inovadores" nada acrescentam se reproduzirem o mesmo ensino tradicional, apenas conteudista, com o aluno simplesmente "olhando". Que tal tentarmos "vestir o conteúdo" e tentarmos criar condições para que nossos alunos (e nós) aprendam com prazer?
[se vc quiser ver um exemplo desse "vestir o conteúdo" veja a postagem de ontem sobre Darwin]




| 12/02/2009 | 02h37min

“O aluno não quer mais se sentar e ouvir”

Entrevista: Alex Primo, doutor em Informática na Educação

Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da UFRGS, Alex Primo sustenta que o mundo digital deu origem a um novo padrão de estudante, acostumado ao uso da tecnologia. Para se adequar a esse perfil, escolas e educadores devem rever suas práticas. Confira trechos da entrevista a ZH:

Zero Hora – Qual principal o impacto das novas tecnologias na vida do estudante?

Alex Primo
– O acesso às informações. Antes, a educação era baseada no livro, e os livros eram prescritos pelos professores como a informação que devia ser estudada, onde estavam as respostas. Hoje, mesmo uma criança tem possibilidade de buscar as soluções na internet.

ZH – O que isso muda?

Primo
– Constrói na criança o espírito da investigação. Não é o professor que entrega uma resposta pré-definida. Ela vai atrás para construir suas respostas.

ZH – É um novo aluno?

Primo
– Sem dúvida. Antigamente, falava-se em ensinar. Hoje, é preciso ter preocupação maior com a educação, como um processo global para a aprendizagem e para a produção ativa. O aluno não quer mais se sentar e ouvir, porque ele está acostumado a produzir por meio das novas tecnologias.

ZH – Isso exige uma adaptação na maneira de dar aula?

Primo
– Demanda-se um maior dinamismo nas aulas e a valorização da expressão multimídia: usar fotos, sons, textos em blogs para os estudante poderem valorizar aquela linguagem que eles conhecem. Se não se fizer isso, fica um hiato muito grande entre linguagem do aluno e do professor.

ZH – Os jovens de hoje têm menor capacidade de concentração?

Primo
– Uma vez escutei que havia professores que ensinavam em blocos de 15 minutos e contavam uma piada, para seguir o ritmo da televisão. Agora, percebemos uma mudança, as pessoas se afastando da TV e indo para o computador, onde a dedicação é total. Ficam horas no computador. A diferença é que hoje se navega em muitas janelas ao mesmo tempo. O jovem conversa, navega, vê vídeos, tudo ao mesmo tempo. Então, é uma concentração fragmentada.

ZH – A internet estimula a cópia de trabalhos?

Primo
– O plágio, a cola da enciclopédia sempre existiu. Eu lembro de fazer isso quando criança, vários alunos copiavam informações das enciclopédias, o professor recebia muitas cópias e nem se dava conta. Não é um problema novo, da internet. O interessante é que o aluno comece a reconhecer a importância da consulta às fontes e de valorizar a autoria, não minimizar a importância da busca de informações e citações.


quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Depois de 200 anos, até Darwin foi para o Second Life!

No dia 09 passado, em mais um evento da Nature, um grupo de scientistas se reuniu na Elucian Island para discutir a evolução humana: é a seleção natural que tem "moldado" os humanos? se nossa sobrevivência hoje se dá muito mais pelas tecnologias do que propriamente pelos genes, qual a interferência da seleção natural sobre nós? quais as implicações para as gerações futuras levando em consideração nossos habitos de vida não tão saudáveis (sedentarismo, queda na taxa de natalidade, pais cada vez mais velhos, alimentação, agrotóxicos...)? o que vai acontecer no próximo milênio?

Auditório da Elucian, onde aconteceu o debate promovido pela Nature

Mas este não é apenas um assunto de uma nata acadêmica. Alunos da Universidade de Cincinnati recriaram a Ilha de Galápagos de onde qualquer avatar pode retraçar os passos de Darwin a bordo do Beagle na fiagem que fez em 1832 rumo a América dos Sul.
The virtual Galapagos Archipelago being re-created by the University of Cincinnati

Em entrevista para Educase, Chris Collins (Fleep Tuque) e Ronal Millard explicam que recriaram a ilha através de um mapa digital de elevação (DEM), e uma equipe trans-disciplinar pesquisou e está criando réplicas das espécies encontradas por Darwin na ilha, como esta iguana:
Model of a land iguana being created for the virtual Galapagos Islands
No artigo Kenneth Petren faz uma importante ressalva quanto ao conteúdo disponibilizado e as adequações necessárias:
"The landscape is a central part of the Galapagos experience, and it is difficult to convey the sense of scale with photos in a book or lecture. Instructors can use Second Life to nest core principals of science and engineering within their larger context, resulting in a great benefit for the students. It is simply much more exciting to explore and discover things, much like Darwin did during the voyage of the Beagle."


Qual importância de uma empreitada como essa? Os próprios autores respondem no artigo:
"Nothing can replace visiting the real Galapagos Islands, of course, but in avatar form, a visitor (faculty, student, or member of the public) can explore and much more easily visualize the relative scale of terrain and life forms and can witness the diversity of species first recorded and reported by Darwin. And through the collaborative tools of the Second Life platform, faculty can share research, create 3D models and data visualizations, and hold virtual seminars that can be attended by students and the public, even if they can’t visit the physical University of Cincinnati campus or the real Galapagos Islands."
[veja tb notícia na página da universidade, mostrando como os exemplares foram construídos]


É uma pena, mas ainda não está aberto ao público... Por enquanto podemos ver o Beagle e ler um pouco mais sobre o roteiro traçado por Darwin, na própria Elucian




passeio a partir da ilha Elucian, veja o detalhe do painel abaixo

ali é possível retraçar o caminho percorrido por Darwin, parada por parada (inclusive em Salvador)

vc tb pode vestir a mochila com os instrumentos de exploração, pegar a bússola (esquerda) e seguir as anotações do caderninho de Darwin (direita)